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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGA TAUROMÁQUICA 3

Dezembro 11, 2018

Tarcísio Pacheco

2004-Tourada6.jpg

imagem em: http://philangra.blogspot.com/2016/01/touradas-corda-na-terceira.html

 

BAGAS DE BELADONA (62)

 

HELIODORO TARCÍSIO

                  

BAGA TAUROMÁQUICA 3 – Para fechar com chave de ouro esta trilogia de bagas tauromáquicas, só podia ser mesmo com a tourada à corda terceirense. Está no nosso ADN e é um dos cromossomas mais relevantes da nossa identidade enquanto povo e comunidade. Isto, só por si, não quer dizer grande coisa sobre a sua bondade. Iríamos cair de novo naquele problema da “tradição”, um conceito muito maleável, com tendência para atribuir rótulos vitalícios e inatacáveis. Em texto anterior, vaticinei o fim da tourada de praça, num futuro mais ou menos longínquo. Quanto à tourada de corda, a minha previsão é bastante mais otimista. E a razão fundamental para isso é o equilíbrio intrinsecamente benevolente desta fortíssima tradição popular. Para já, não gera os anticorpos da tourada de praça, muito menos a nível local. São, por enquanto, bastante raras as vozes críticas. São mais comuns as opiniões indiferentes, daquele tipo de pessoa a quem tudo passa ao lado, aqueles a quem nas Sanjoaninas se pergunta “Home, foste à festa?” e eles respondem com ar enfastiado “Home, cá nada, fui uma pisca no dia das marchas porque a mulher e as pequenas queriam ir por força, foi um penar pra estacionar” …Dizem algo de semelhante relativamente às touradas à corda. Usam os dedos de uma mão e os neurónios disponíveis para contar aquelas a que vão e gabam-se de fazer sempre as mesmas coisas, da mesma maneira, como se isso fosse alguma qualidade. Depois há os intelectuais, que são superiores a estas coisas e a gente fina que não se “rebaixa” a comparecer nas diversões do povo, excetuando a tourada de S. Carlos. Mas, em geral, a maioria dos terceirenses gosta, de todas as idades e faixas sociais. Não é algo que seja “mais para os velhos”, estão lá todos. O futuro parece garantido. É sobretudo FESTA, um conceito caro para a maioria dos terceirenses, um dos povos mais felizes do mundo, apesar dos Americanos e do governo de S. Miguel. Quem não conhece alguém aqui na ilha que está sempre a dizer “eu cá quero-me é rir” … Tourada à corda tem tudo o que é bom lá dentro, a beleza e o poder do touro, a amizade, o convívio, a animação, os comes e bebes, a emoção, o riso e a coragem. Também tem perigo e adrenalina, faz parte e dá o contraponto, diferencia-a de outras festas, concede-lhe os seus atributos únicos. Afinal, estar vivo é bastante perigoso, está provado que os vivos morrem com frequência. E é bom para a economia da ilha e toda a gente sabe que uma coisa que dá dinheiro (sem ser ilegal) é boa e está na moda. Por isso mesmo é que o Governo, cheirando-lhe a dinheiro já andava a abusar nas taxas e impostos.

Acima de tudo, a tourada à corda é boa (e quero terminar assim) porque é um excelente negócio para um touro. Se, para castigo dos meus inúmeros pecados, tivesse de renascer bovino, ia pedir para, ao menos, ser um touro de corda na Terceira. São os touros mais felizes do mundo. Há muitos anos, o meu filho Rodrigo, agora com quase 27 anos, tendo-lhe sido perguntado qual dos 3 Porquinhos queria ser (o da casa de palha, de madeira ou de pedra) com óbvias e pedagógicas intenções, o miúdo respondeu “Eu não quero ser porco!”. Por isso, se algum leitor pensar “eu não quero ser touro” eu entendo e não levo a mal. No fundo, eu também preferia ser uma preguiça ou uma arara. Mesmo assim, aqui fica o repto, se tivessem de ser bovinos (porque sim, paciência), o que preferiam? A: ser um bovino de carne, separado imediatamente da mãe, condenado à prisão desde a nascença, alimentado a ração no cubículo de um viteleiro, sem nunca ver o sol e abatido “humanamente”  como novilho entre os 9 e os 14 meses; B: um touro continental, destinado à corrida de praça, criado em relativa liberdade nas lezírias ribatejanas, levado à arena ao cabo de 4 ou 5 anos e dali conduzido ao matadouro depois de um sessão de tortura sangrenta que é o clímax da sua vida; C: um toiro terceirense de corda, criado em liberdade no mato, com muita erva e água fresca, rei e senhor de um harém de belas vacas de desfrute, que trabalha de Maio a meados de Outubro, um dia a cada 10, no máximo, se estiver de saúde e se sentir bem (porque tem “médico de família”) e que morre no seu tempo,  de morte natural, se não tiver acidentes, como qualquer humano?

Eu não teria dúvidas em escolher e você, leitor?POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

BAGA TAUROMÁQUICA 2

Dezembro 10, 2018

Tarcísio Pacheco

bullfighting_1564929.jpg

imagem em: https://www.stockunlimited.com/vector/bullfighting_1564929.html

 

BAGAS DE BELADONA (61)

 

 

 

HELIODORO TARCÍSIO

                  

BAGA TAUROMÁQUICA 2 – Hoje, vou escrever sobre a tourada de praça (doravante referida como “a tourada”). Embora praticamente só assista a touradas na Terceira e a uma média de duas por época, tenho de admitir que sou aficionado. Isso não me impede, porém, de ser crítico e autocrítico. Um dos meus problemas com a tourada é que quase nunca vi defendê-la com argumentos inteligentes e não demagógicos.

Vamos por partes. Há muita coisa admirável na tourada. Tem arte, beleza, elegância, cor, vida, alegria, coragem, música e emoção. A arte de toureio é difícil, exige talento natural, mas também muita dedicação e trabalho árduo. Poucos sãos os toureiros que vingam e a competição é acesa. Os touros são animais formidáveis, de instinto apurado, estética admirável, corajosos e, com frequência, de grande nobreza. Os cavalos de lide são dos animais mais bonitos do mundo, reunindo quase tudo o que nos faz admirar um animal, beleza, porte, elegância, inteligência, dedicação, coragem, nobreza e também um instinto inigualável. Os cavaleiros tauromáquicos são equitadores exímios que trabalham duramente para obter aqueles resultados. Uma das qualidades mais admiráveis na tourada é a coragem. Só uma mente muito ignorante, como a da triste Elisabete Ferreira, do blog “Arco de Almedina”, pode pensar o contrário. Todos os toureiros e forcados são pessoas corajosas. Acredito que a maioria dos forcados sente medo ao enfrentar aqueles 500 ou 600 kg de fúria galopante que já causou tantas mortes e ferimentos graves. Mas ultrapassam o seu medo e vão em frente. Isso é a verdadeira coragem, não é a ausência de medo, que é uma patologia como outra qualquer e não tem, em si, nada de admirável.

Por outro lado, não consigo ignorar os aspetos negativos da tourada e não suporto clichés do tipo “a nobre luta entre a inteligência humana e o poder da fera”. O touro é efetivamente magoado, há sofrimento animal envolvido; é retirado do seu ambiente natural, isolado dos seus congéneres, levado para um meio desconhecido e absolutamente hostil, é desafiado e humilhado e é espicaçado de diversas formas para trazer ao de cima os seus instintos naturais mais brutais. A sorte de varas, por exemplo, se nada há a dizer relativamente aos seus pressupostos técnicos, compreensíveis, é pavorosa do ponto de vista ético. Na verdade, toda a tourada, do princípio ao fim, é um processo fabricado, artificial, por isso tem regras muito precisas senão a coisa não dá certo.  Um toiro selvagem só é perigoso se se sentir ameaçado no seu meio natural. Além disto, o touro não é absolutamente estúpido, tem uma certa capacidade de aprendizagem. Mas só tem aquela oportunidade, só é lidado uma vez. Uma segunda lide está fora de questão, na atualidade. Na verdade, independentemente da coragem e talento do toureiro, a lide vive da inocência e ingenuidade do bicho. E depois vem a morte, na arena, em Espanha, o que me parece totalmente inaceitável e não me deixo convencer pela poesia da “verdade do toureio” e dos “valores de vida e morte”, expressões ocas que no fundo querem dizer pouco e que pretendem justificar o injustificável. Por outro lado, nas arenas portuguesas, sabemos todos que o touro vai dali para o matadouro, o que dá no mesmo, na prática e é de profunda hipocrisia porque o touro pode ser morto à vontade, desde que seja longe dos nossos olhos…

Pensando assim, será que posso falar de um lado positivo? Há alguma margem para isso. Mas, para começar, só respeito os anti taurinos que são estritamente vegetarianos e, pessoalmente, só aceito discutir a sério o fim das touradas no quadro de uma vasta discussão sobre toda e qualquer forma de sofrimento animal. Não concebo atitude mais hipócrita do que sair de uma manifestação anti taurina para ir devorar um bife em sangue à Portugália. No fim de contas, acabo a pensar que um touro de lide tem uma vida curta (4 a 5 anos) mas com bastante qualidade, de qualquer ponto de vista.  Se renascesse como animal bovino e pudesse escolher (deixando de lado o caso da vaca leiteira, já que não me imagino com tetas), tenho a certeza que preferia ser um touro português de lide do que um bovino português de carne, esse pobre animal, que passa por um curto e cruel simulacro de vida e é visto como um monte de bifes desde o dia em que nasce, até ao dia em que entra na casa de terror que é um matadouro, para ter uma morte “humana”  (isto, aparentemente, sossega a maior parte das consciências… viva a elasticidade da consciência). POPEYE9700@YAHOO.COM

BAGA TAUROMÁQUICA 1

Dezembro 04, 2018

Tarcísio Pacheco

strong-bull-stock-illustration_csp13042762.jpg

imagem em: https://www.canstockphoto.pt/forte-touro-13042762.html

 

BAGAS DE BELADONA (60)

 

 

 

HELIODORO TARCÍSIO

                  

BAGA TAUROMÁQUICA 1 – Foi com prazer que percebi ter a questão do IVA nas touradas despoletado alguma reflexão pública sobre o tema da tauromaquia. Isso anima-me a partilhar as minhas humildes opiniões.

Eu sei que sou difícil porque não consigo ver a preto e branco, sou todo arco-íris (sem conotações sexuais). Assim, não tenho opiniões simples sobre touradas ou outra coisa qualquer. As opiniões simples são próprias dos simplórios. A vida neste planeta é complicada.

Não tenho nenhuma simpatia especial pela Ministra da Cultura. Nem vou soltar foguetes por ela ser lésbica, isso seria o preconceito ao contrário.  Para já, parece-me que lhe faltam ali uns filtros e alguma discrição. Independentemente disso, continuo a reconhecer-lhe o direito de dizer o que pensa sobre touradas ou sobre outra coisa qualquer e também de tentar provocar mudanças. De resto, corrijam-me se estiver errado, quem manda no país é a Assembleia da República, eleita por nós todos e quem produz as leis a que todos temos de obedecer. O Governo executa essas leis, governando. Por algum motivo, ao governo se chama “o executivo”. A Ministra pode dizer o que quiser, mas está ali para executar. Em termos legislativos, o poder dela é zero e até responde perante o parlamento. Por outro lado, detesto a típica hipocrisia política (não dizer o que realmente se pensa, falar para agradar ao eleitorado ou para obedecer ao líder partidário) e tenho de concordar com a Gracinha, doa a quem doer. Continuar a ter touradas ou não é uma questão de civilização, pois claro que é. As tradições em que se humilha, magoa, tortura, fere e mata animais foram sempre muito populares pelo mundo fora. Muitas continuam ainda em execução (massacre de cetáceos, lutas de galos, lutas de cães, mutilação de rinocerontes, espetáculos circenses, caça à raposa   e touradas… entre muitas outras). E vou deixar de lado aqui toda a pavorosa miséria em que consiste a criação industrial de animais para abate e consumo. Mas, apesar de toda a porcaria da raça humana, basta olhar para a História e percebe-se um pulsar de evolução…civilizacional. Que passa por reconhecer direitos aos animais e ir acabando com todas as formas de sofrimento animal gratuito (para divertimento humano – sem claros fins alimentares). Foi assim que muita coisa foi mudando ou sendo amplamente contestada pelo mundo fora nos últimos anos: o massacre de cetáceos, a aristocrática caça à raposa na Inglaterra, a contestação ao vestuário com peles naturais, a tortura de gansos para produzir o foie gras, entre muitos outros exemplos. E as touradas estão a começar a ser fortemente contestadas nos países onde são legais. Tudo isso é uma questão de civilização.

Acredito que, pelo menos as touradas de praça vão acabar um dia. Poderá ser daqui a muito tempo ainda mas é inevitável. Isso não irá acontecer de forma isolada, mas num quadro geral de evolução das sociedades. Para cima e para a frente é que o caminho e o ser humano do futuro (se houver futuro…) não vai querer causar nenhum tipo de sofrimento animal. Nós somos diferentes de todos os outros habitantes do planeta; na Natureza não há crueldade, mata-se para sobreviver, sendo os instintos mais fortes, alimentar-se e reproduzir-se. Sendo os seres mais inteligentes do planeta, nós, humanos, temos de ser superiores aos instintos naturais.

Sou aficionado e democrata. Sou também crítico e autocrítico, tendencialmente vegetariano e não vejo nisso qualquer incoerência. Acredito que devemos viver de acordo com as ideias da maioria, embora respeitando os direitos das minorias, tanto quanto possível, desde que representem valores democráticos e que respeitem a lei e a nossa Constituição. O Portugal do séc. XXI continua a ser um país em que uma maioria da população gosta de touradas. Enquanto isso não mudar, as touradas devem continuar a acontecer e serem encaradas como qualquer outra tradição cultural e espetáculo público. Quando deixar de ser assim, então teremos mudado enquanto povo, seremos outros e tomaremos diferentes decisões. Acredito que as transições civilizacionais acontecem no seu tempo próprio, refletindo o nível de cultura, educação, informação, espírito crítico e consciência moral de cada período histórico. Não devem ser bruscas, autoritárias nem impostas à força. Mas que haja sempre tolerância, abertura para o diálogo, discussão e troca de ideias respeitosa e pacífica. Conto referir-me mais tarde, em futuras bagas,  à tourada de praça e à tourada de corda terceirense.POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

BAGAS DE BELADONA (42)

Janeiro 18, 2018

Tarcísio Pacheco

toiro 2.jpeg

 imagem em: https://www.playgroundmag.net/food/Vuelve-estrenarse-pelicula-antitaurina-Disney_0_1949805013.html

 

BAGAS DE BELADONA (42)

 

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA EXTREMA – Sempre me incomodaram conceitos como “bloco central” e “arco de governação”. Bloco central, por pretender incluir toda a gente numa massa amorfa e cinzenta, sem alma, onde estão todos de acordo, onde o que conta é o que é “melhor para o país”, seja lá o que isso for e onde não há discordância nem diversidade; a imagem de um pântano estagnado onde proliferam mosquitos oportunistas; um buraco negro que suga toda a luz e toda a energia. Arco de governação, por pretender excluir a diferença, a originalidade e, frequentemente, o talento e a inteligência; invenção de nativos do Cavaquistão para afastarem quem desequilibra os seus estreitos universos mentais. Posto isto, adorava que certos políticos, sempre os mesmos, deixassem de se referir à esquerda política portuguesa como extrema-esquerda. Não me incomodaria tanto se referissem o CDS-PP como “extrema-direita”, o que nunca acontece. O PC e o BE são partidos democráticos de esquerda. O CDS-PP é um partido democrático de direita. É difícil falar de partidos extremistas em democracia, pela simples razão de que aqueles são, em geral e por natureza, antidemocráticos. Um exemplo de partido extremista, travestido de democrata, por não ter outro remédio, é a Frente Nacional, da Le Pen. Não temos nada disso em Portugal. O mais radical é que temos é coisas como certas claques do FCP. Tinha ideia de que Rui Rio é bem mais inteligente do que Passos Coelho, embora isso não seja nada difícil. Mas o homem, além de vir com lirismos do tipo “ganhar eleições com maioria absoluta”, já veio também com o discurso estafado da “extrema-esquerda” e do “arco de governação”… Nisso, pouco diferia de Santana Lopes. Aliás, no que é que diferia mesmo? Ah, já sei, não tem um passado de dandy vagamente simpático, geralmente inofensivo e bastante cómico quando tenta fazer de estadista sério e profundo.

 

BAGA UEI TOIRO – Na aviação, é de fulcral importância fazer a check-list (que é o universalismo para lista de verificação) antes da decolagem. A propósito da notícia recente sobre a histeria agressiva do Movimento pela Abolição da Tauromaquia de Portugal relativamente à tourada à corda terceirense e à proposta para a sua inclusão na lista do Património Cultural Imaterial, lembrei-me de fazer uma check-list para a tourada à corda: toiros: check; ganaderos: check; pastores: check; afición: check; capinhas: check; veterinário: check; PSP (gratificada): check; papelada, há-de aparecer: check; pastagens verdinhas: check; água: check; festas de Verão: check; mordomos: check; gaiolas: check; cordas: check; foguetes: check; tascas: check; bifanas e cerveja: check; fita chinesa para os riscos: check; gajas giras nos muros: check; turistas, depende da Ryanair, da Delta e, infelizmente da SATA mas ok, check; sol, hummm, ok, quem sabe, vamos arriscar: check. E pronto, está feita a check-list da nossa tourada à corda. Está tudo, pelo menos o que é importante. O que não está nem é importante é a integração na lista do Património Cultural Imaterial e ainda menos a  opinião dos abolicionistas. A tourada à corda é nossa e havemos de a fazer enquanto a maioria de nós quiser. É Património Cultural Imaterial, classificado ou não. Porque no dia em que deixarmos de mandar nas nossas tradições, no dia em que gente como Santos Silva, o Trampa e abolicionistas radicais é que mandarem nisto, então é melhor irmos todos embora e o último a sair fecha a porta da Câmara Municipal e deixa a chave debaixo do tapete da entrada (à direita do palco, quem está de frente). POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

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