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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGAS DE BELADONA (139)

Outubro 07, 2022

Tarcísio Pacheco

 

 

 

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imagem em: https://www.i24news.tv/en/news/international/europe/1664811804-russians-escaping-mobilization-look-to-georgia

 

BAGAS DE BELADONA (139)

HELIODORO TARCÍSIO          

BAGA PORTUGAL/ESPANHA – Assisti ontem, com pesar, ao jogo de eliminação da seleção portuguesa da Liga das Nações, depois de uma prometedora vitória em casa da Chéquia. Já não é de agora, confesso que nunca apreciei Fernando Santos, enquanto treinador e selecionador. Respeito-o e reverencio o seu palmarés e as alegrias que já nos deu. Merece o nosso reconhecimento. Porém, o seu perfil, ultraconservador, ultra- prudente e mais que teimoso, casmurro mesmo, sempre me desagradou. Ontem, foi mais do mesmo. Claro que era um jogo difícil, contra uma seleção bastante inferior à fantástica Espanha de anos recentes, mas ainda assim, uma seleção forte. Os tiques costumeiros de Santos estiveram bem patentes. A sua relutância em substituir Cristiano Ronaldo, em nítido declínio e cada vez mais um jogador a menos dentro do campo; a dificuldade de fazer substituições a tempo e horas; ontem, milhões de pessoas viram que as substituições deviam ter acontecido logo após o intervalo, quando a equipa começou a claudicar e não a 15 minutos do final e os grandes planos do treinador, no banco, mostraram bem as suas caretas de indecisão; e, finalmente, escolhas discutíveis e embirrações inexplicáveis com jogadores em grande forma, como o melhor marcador do campeonato nacional de 2020/21, Pedro Gonçalves.

Penso que Santos merece ir ao mundial do Qatar, mas vejo esse evento como o final da sua carreira, como selecionador nacional. Após o Qatar, deve reformar-se, ir embora ou ser despedido. Qualquer que seja o nosso desempenho.

BAGA O ÊXODO – Temos assistido nos últimos dias a um verdadeiro êxodo de russos que fogem da mobilização parcial decretada por Putin. Só não veem isso o papagaio do Kremlin e o Paulo Santos, aqui na Terceira. Um país ex-colonialista e ex-fascista, como Portugal, que enviava carne fresca de canhão para África até abril de 1974, tem obrigação de compreender e até apoiar os russos. Afinal, antes do 25 de Abril, muitos jovens portugueses fugiam da mobilização para a guerra. Até eu, que já sou um filho de democracia, após a faculdade, perante a perspetiva de ser forçado a cumprir o serviço militar obrigatório, tentei escapar-me para o Canadá, onde tinha família e para os PALOP’s, como cooperante, em ambos os casos sem sucesso, historieta que já contei nestas páginas.

Tenho-me inteirado das opiniões dos comentadores. As opiniões dividem-se entre acolher os russos em debandada (EUA) ou forçá-los a ficar na Rússia, para fazerem oposição a Putin (Finlândia). Ora, Putin é um psicopata e um assassino. E um psicopata acossado, uma espécie particularmente perigosa. As alternativas, para os mobilizáveis que ficarem na Rússia é ir para a guerra ou para a prisão ou pior ainda. Por motivos humanitários, penso que o mundo livre os deve acolher. Constituirão sempre um grupo anti-Putin e entre eles há intelectuais e quadros que farão falta na Rússia ditatorial e distópica. Nomeadamente a EU devia estabelecer uma política comum a esse nível. Mesmo sabendo que acolher refugiados na EU será cada vez mais difícil, agora que o Chega italiano, de extrema-direita, neo-fascista e amigo de Putin, chegou ao poder.

BAGA “LUXOS DE VERÃO” – Jamais me conformarei com a decisão do Governo Regional de acabar com os ferries entre todas as ilhas dos Açores, com a justificação de que não precisamos deles, porque temos aviões. Depois da palhaçada do ferry Atlântida, da responsabilidade do anterior governo socialista, o atual governo coligado não quis ficar atrás e chamou aos ferries que fretávamos todos os anos, um “luxo de Verão”.
As motivações são claras. Como sempre, trata-se de proteger a SATA e de caminho dar o jeito aos amigos das empresas de rent-A-car, nomeadamente as poderosas, como a Ilha Verde. Mas a argumentação do governo não podia ser mais falaciosa. O custo real da tarifa de residente é muito mais elevado que 60 euros. Quem paga a diferença? Pagamo-la nós todos, com os nossos impostos. Isso é que é um verdadeiro luxo, sustentar uma companhia aérea regional que dá prejuízos de luxo há um ror de anos e continua a dar. E coitado de quem anda atrás de um carro para alugar em S. Miguel, por exemplo ou noutra ilha qualquer, em época alta. Alugar carros do grupo A por 100 e 200 euros ao dia, quando os há, isso é que é um verdadeiro luxo. Este ano, em Santa Maria, em agosto, paguei 300 euros por um aluguer de 3 dias, viatura do grupo A. E, mesmo assim, foi porque tínhamos um conhecido na Ilha Verde, porque, com os Açores na moda e o retorno em massa do fluxo turístico, simplesmente não há viaturas suficientes e o mercado está completamente desregulado. Uma consequência óbvia é um enorme aumento do aluguer privado, ilegal, por debaixo da mesa.

Sustentar a SATA e os donos das rent-A-car, isso é que é um grande luxo.

Há alternativas modernas para transporte misto de carga e passageiros em modernos ferries, durante todo o ano, como já exemplifiquei aqui, mas isso também não interessa, até porque mexe com outro setor absolutamente mafioso, o do transporte de mercadorias nas ilhas por via marítima. POPEYE9700@YAHOO.COM

 

BAGA DEIXEM-SE DE TRETAS (BB124)

Outubro 07, 2021

Tarcísio Pacheco

ferry.jpg

 

imagem em: Cena Dos Desenhos Animados Com Balsa Feliz Ilustração Para Crianças — Fotografias de Stock © illustrator_hft #175248126 (depositphotos.com)

 

  • BAGAS DE BELADONA (124)
    HELIODORO TARCÍSIO
    BAGA DEIXEM-SE DE TRETAS - Há uma velha anedota sobre um tipo
    que quer ir para a Marinha e, quando vai à primeira entrevista, perguntam-
    lhe se sabe nadar…e ele responde “Hã?! Então, vocês não têm lá
    barcos??”.
    As posições do Governo Regional dos Açores (GRA) sobre o transporte
    marítimo de passageiros nas nossas ilhas fazem-me lembrar essa piada. É
    bem capaz que, aí para fora, alguém comente com um dos nossos
    governantes, (traduzindo livremente de estrangeiro): “Ah, então, o senhor é
    governante nos Açores, sim senhor, lá no meio do mar, ouço dizer que é
    muito bonito, então os senhores têm lá muitos barcos, não é verdade, já se
    sabe, são ilhas...”; ao que o nosso governante deverá responder algo como
    “Nem por isso, não precisamos, temos alguns aviõezinhos…”.
    O que é mais interessante é que até há algum consenso entre o executivo
    regional anterior e o atual, nesta matéria. O governo PS também não sabia
    o que havia de fazer com os navios de passageiros. Uma manobra
    descarada, mas comum a todos os políticos é, quando não querem fazer
    algo ou não sabem o que fazer, encomendam estudos e nomeiam comissões
    para estudar o problema. Entretanto, o tempo vai passando e olhando
    distraidamente até parece que algo está a ser feito. Mas não está, nunca
    está. Depois, ainda me criticam por, em geral, não apreciar políticos.
    No momento, o atual governo promete decisões sobre esta questão para
    daqui a dois anos. Entretanto e comme d’habitude, vamos andando com a
    SATA ao colo e o GRA vai encomendar estudos a profissionais de estudos,
  • que nós conhecemos na gíria popular como “empatas” improdutivos. No
    passado recente, o governo PS também andou aos tombos com os navios.
    Devia ser gente que enjoava com o balanço. Foi a bizarra história do ferry
    “Atlântida”, que ia ser o “nosso ferry” e que depois encalhou porque lhe
    faltava 1 nó na velocidade de cruzeiro - versão oficial - (creio que navega
    agora pela Noruega, onde não são tão esquisitos…). Depois foi a onerosa
    solução de fretar dois ferries estrangeiros todos os Verões. Uma solução
    que, diga-se a verdade, foi sempre assumida como de recurso e temporária.
    E, entretanto, ia-se brincando ao jogo da encomenda de anteprojetos e
    concursos, com vista à construção de um ferry açoriano. Nisto e noutras
    coisas se entretiveram os socialistas até a oposição vender a alma ao Diabo
    e agarrar o poder com unhas cobiçosas e dentes sôfregos. Chega de estar na
    oposição, pensaram eles em surdina.
    E agora, entrou uma gente cuja grande diferença dos socialistas é na cor
    das gravatas e que tem este discurso paranoico sobre os navios: os Açores
    não precisam de barcos porque têm aviões e uma nova tarifa porreira e as
    ligações marítimas de passageiros entre todas as ilhas eram um circo de
    Verão. Em caso de dúvida, sacam da calculadora e pregam um sermão
    sobre taxas de ocupação.
    Entretanto, as famosas rampas ro-ro, que custam os olhos da cara, que tanto
    nos fartámos de reivindicar e que em Angra (como sempre, tarde, a más
    horas ou nunca) só deveremos ter em 2022, na melhor das hipóteses,
    quedam-se como excelentes pontos de apoio à pesca lúdica, entre setembro
    e maio.
    Também dizem, o GRA e os seus cúmplices neste crime, que ter um ferry
    açoriano permanente implica custos incomportáveis. E comparam o
    incomparável custo por cabeça, uma vez que não há qualquer semelhança
    entre os dois tipos de transporte, marítimo e aéreo. Isto é o cúmulo da
    hipocrisia. Então, e ter uma companhia aérea regional, de bandeira, sai de
    graça? É verdade que, por agora, estamos a pagar uma tarifa interilhas
    especial e reduzida, mas quanto é que pagamos todos os meses, cada um de
    nós (os que trabalham), para sustentar uma companhia aérea que não dá
    lucro, que cria prejuízo todos os dias e que acumula um passivo, esse sim,
  • verdadeiramente incomportável, que é gerido sempre da mesma forma,
    com injeções de capital da banca (que não faz caridade)? Então, não sejam
    hipócritas, trata-se, acima de tudo, de decisões políticas, com valor relativo.
    Não façam de conta que não há alternativas. Poupem-nos aos mantras
    vazios e imbecis. Já parece o discurso de outro, do Coelho de má memória,
    “vivemos acima das nossas possibilidades” etc, etc, repetido até à náusea.
    Há alternativas e até já as apontei nestas páginas. Devemos aprender com
    os que são mais espertos do que nós, com humildade. Com a Islândia,
    poderíamos ter aprendido como é que se lida com banqueiros corruptos e
    criminosos. Infelizmente, nunca o fizemos. E com as Faroé, podemos
    aprender como é que se transporta carga marítima, de todos os tipos e
    passageiros, ao mesmo tempo, por qualquer mar ou oceano, usando rampas
    ro-ro, em qualquer época do ano, cancelando viagens, naturalmente,
    quando as condições meteorológicas são demasiado adversas.
    Eu cá não sei de nada, não tenho acessos a fontes privilegiadas. Mas
    acredito que por detrás destas decisões, aparentemente néscias e pacóvias,
    esteja mais do mesmo de sempre: promover e salvar a SATA, a qualquer
    custo e agora também, atender as queixas das empresas de rent-a-car,
    algumas delas pertencentes a grupos poderosos, que praticam preços
    escandalosos e que muitas vezes, no pino do Verão, nem sequer têm oferta
    suficiente.
    O mote do GRA parece ser agora “vocês hão de andar é de SATA, queiram
    ou não; se não querem, vão a nado ou comprem um barco”. Agora é que
    podemos dizer com propriedade “pegou-lhe a SATA” porque não há mais
    nada para lhe pegar…ainda bem que tenho o meu próprio navio. Mas só
    consigo levar as bicicletas. POPEYE9700@YAHOO.COM

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