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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGAS DE BELADONA (113)

Dezembro 02, 2020

Tarcísio Pacheco

aldous huxley.jpg

BAGA É ISSO AÍ, ALDOUS - Brilhante, lúcido e profundamente verdadeiro mesmo que a verdade não se perceba logo á primeira... Infelizmente, a lucidez não está ao alcance de todos...Entender o que se está a passar, o que nos espera, pensar sobre o modelo de sociedade que nos é imposto em papel de embrulho colorido devia ser uma preocupação de toda a gente... Mas o que vemos é que é mais importante saber quem coisou com quem no Big Brother do momento ou quem vai ganhar o próximo derby futebolístico...Fazer com que os escravos não identifiquem a escravatura como tal é uma das principais tarefas de todos os bons políticos. Outra é fazer com que as pessoas se contentem com cada vez menos porque é melhor do que não ter nada. Passar a maior parte do nosso tempo de vida na Terra a trabalhar em algo que não nos satisfaz nem nos realiza, ser intoxicado diariamente, ser forçado a adquirir hábitos e comportamentos nefastos para nós e para todos, ser manipulado de forma ostensiva, tudo isso pode causar alguns incómodos mas a vida até não é tão má assim, há a televisão, os filmes, a música, os restaurantes, as roupas de marca, os feitos desportivos dos outros, estrelas e vedetas para admirar e invejar...Aldous Huxley foi um visionário, extraordinariamente inteligente e lúcido, que compreendeu como poucos o drama da condição humana. Este seu axioma define e classifica a raça humana, da Roma dos circos, à Lisboa dos shoppings, passando pelas ilhas de bruma…

 

BAGA PARA RIR –  Dou em rir ao ler certas coisas, publicadas com um rótulo de “independência” de opinião. Recentemente, um habitual articulista do DI estabeleceu comparações entre as últimas eleições legislativas nacionais e as recentes eleições para o parlamento regional. Para este opinante “imparcial”, a legítima manobra política de António Costa a nível nacional formou uma “geringonça” e “atropelou” o infeliz Passos Coelho que, coitadinho, havia sido o “vencedor das legislativas”. Já nos Açores ele não vê nenhuma “geringonça” nem vislumbra razões para designações brejeiras, apesar de ter, certamente, como eu tive, conhecimento de um feliz termo já avançado, “caranguejola”, para não falar no “cozido das urnas açoriano”. Nos Açores, aparentemente, Vasco Cordeiro não foi “o vencedor das eleições”, não foi “atropelado” e o que aconteceu aqui é apenas a “vontade manifestada pelos açorianos nas urnas”. No Continente, parece que não teve nada a ver com isso, foi antes uma manobra política oportunista e de cariz populista, em aliança com os facínoras e sanguinários da “extrema esquerda”. E ainda compara o Chega com o BE. Para fechar esta Baga, sendo eu, sem nunca o ter ocultado, uma pessoa de esquerda, embora não sendo apreciador de políticos em geral e menos ainda dos do “centrão” dominante, nas legislativas nacionais fiquei, obviamente, contente com o fim político da tenebrosa dupla Passos Coelho / Paulo Portas e com a, aparentemente impossível, união da esquerda nacional. Agora, nos Açores, ideologias à parte, goste ou não, por uma questão de coerência intelectual, concordo plenamente com a solução adotada, que reflete a vontade popular, seja lá isso o que for em cada lugar e momento. Afinal, como ficou provado em 2016 nos EUA, embora através de um sistema obscuro, o povo tem todo o direito de eleger um idiota ignorante como presidente. Quanto ao atual governo açoriano, destinado que está a procurar eternizar-se no poder, como acontece com todos os partidos políticos e a criar a sua própria rede de clientelismo político e cumplicidades obscuras,  dele espero, embora sem muita esperança, alguma diferença e inovação, quanto a pessoas, instituições e políticas, especialmente em temas que me são caros, como o fim do favorecimento de S. Miguel,  o desenvolvimento harmónico de todas as ilhas, a revisão do estatuto autonómico, a solução justa e correta da contaminação ambiental causada pelos criminosos EUA na ilha Terceira, uma nova SATA e uma nova política de transportes marítimos, de carga e passageiros, com a construção (a sério, chega de fantochadas) de um ferryboat açoriano que sirva todas as ilhas durante todo o ano e até, porque não, de um ferryboat que nos ligue à Europa, como acontece com Espanha e as Canárias. POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

 

 

DEIXEM-SE SALVAR, INGRATOS!

Novembro 13, 2011

Tarcísio Pacheco

 

IMAGEM: http://joy-allnightlong.blogspot.pt/2012/01/todos-nos-lembramos-durante-ultima.html

 

 

Eu andava triste e desinspirado. Gosto pouco de aranhas e a minha referência de Super-Homem, o Christopher Reeves, já voou para o Céu; o meu universo de super-heróis estava meio decadente, em crise de estrelas. Foi então que, há uns tempos, Passos Coelho, o Nosso Primeiro, encheu o peito, olhou para o Alto e teve aquela tirada magnífica: “que se lixe as eleições, prefiro salvar o País” ! É de homem, carago!  Desde o Conde d’Abranhos que não se via nada assim…Melhor que isto sóem Aljubarrota. Jáque, salvando Portugal, constitucionalmente, ele estará salvando os Açores também, acho que isto é, de caras, mais uma medalha de mérito municipal angrense. E desta feita, nem a Assembleia Municipal se vai pôr com esquisitices nem o Primeiro vai recusar. Acho mesmo que o nosso Primeiro devia ter uma estátua em Angra do Heroísmo. Daquelas assim que parecem de ouro mas são de bronze, com a gravatinha da ordem, uma mão napoleónica enfiada no casaco, o rosto indómito, indiferente à aspereza do vento Oeste e às cagadelas dos pombos. Até já achei o lugar perfeito para ela. No lugar das estátuas dos touros, na Carreirinha. É que, quando os anti-taurinos conseguirem acabar com as touradas em Portugal e, ao mesmo tempo, extinguirem a raça do touro bravo de lide, aquilo vai ter de sair dali. 

 

A um acto de salvação tão abnegado, nem Bento XVI vai resistir. Num futuro próximo, como os reis da nossa história, Passos Coelho receberá um cognome, o de Salvador. Qual Jesus Cristo, qual carapuça, nem se compara. Quem é que não quer ser salvo?! Eu, por mim, estou em pulgas, nunca me tinham salvo antes. É uma sensação estranha mas talvez me habitue, com o tempo. Temos de manter o espírito aberto, a boca fechada e pensar que, se vamos passar fome, é para o nosso bem. Seria mesmo uma tremenda ingratidão não aceitar uma salvação que é oferecida assim, de forma tão desinteressada. À atenção de Estocolmo, se procurarem bem, não haverá um Prémio Nobel da Salvação? Ou colocarem esse no lugar do de Química, que não é muito interessante e pode até ser perigoso, mal cheiroso ou explosivo?

De resto, em algum lugar, talvez no deserto da margem sul do Tejo, um espaço sem uso, tipo quarto de arrumos ou antigo quarto da criada, Portugal devia mandar construir pelos Chineses (que o farão de graça, em troca de continuarmos a ignorar a destruição do Tibete), uma lápide gigante, visível do espaço, dizendo, por exemplo, “Salvo por Passos Coelho, entre 2011 e2014”.

Tenho pensado muito nisto tudo ultimamente, talvez influenciado pela visita da querida Dona Ângela ao nosso país e pela amizade tão rara e bonita que ela tem com o Nosso Primeiro. Numa época de posições extremas e radicais, eles, claramente, amam-se. Vê-se pela forma terna como olham um para o outro quando estão juntos. Como se mais ninguém existisse no mundo. Minha bolinha de Berlim, meu pastelzinho de Belém…Talvez ela lhe ofereça conforto pelas injustiças de que ele tem sido alvo. Como os portugueses teimarem em não compreender que não trabalhavam o suficiente e viviam acima das suas possibilidades. Estranhamente, os portugueses tendiam a passar apenas a maior parte do seu tempo a trabalhar, o que é manifestamente insuficiente. Alguns compravam frigoríficos, o que é claramente acima das nossas possibilidades. Até porque temos tradições na área das salmouras e compotas de fruta. E, imagine-se, até me custa dizê-lo, havia quem fosse de férias, para Paris, por exemplo. 

Felizmente, já há reflexos positivos da visitinha da Dona Ângela, para além do embelezamento da cidade de Lisboa, levado a cabo por alguns admiradores da Fraulein. Foi encontrada a solução ideal para mudar Portugal. No próximo ano, vai ser colocado em marcha um formidável projeto de cooperação luso-alemão. E que é até simples, como todas as ideias geniais. Vamos simplesmente trocar, só por uns meses. Vamos trocar com 10 milhões de alemães, que vão vir para Portugal, para nos ensinar como se trabalha eficazmente,  se produz muito com o nosso ordenado mínimo de € 485,00  e se subsiste com os nossos impostos. Virão também uns quantos pensionistas, para mostrar aos nossos como se vive alegremente com uma pensão de € 200,00. E nós vamos todos fazer um estágio para a Alemanha. Vamos ter de trabalhar oito horas por dia, de segunda a sexta, na maioria dos casos e vamos ter de sobreviver com ordenados entre os 1.400 e os 1.700 eurosem média. Vaiser duro mas vamos conseguir. Vamos, finalmente, aprender como faz quem sabe. E ainda poderemos comer salsichas, embora tenhamos que as pagar. Obrigado Dona Ângela, obrigado Nosso Primeiro. Portugal e a Alemanha nunca mais serão os mesmos. Popeye9700@yahoo.com

 

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