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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGA LULOVITCH (DA SILVA)

Bagas de Beladona (148)

Julho 20, 2023

Tarcísio Pacheco

 

Lula.jpg

 

imagem em: FRAGA CARICATURAS: FORÇA LULA!

 

 

BAGAS DE BELADONA (148)

HELIODORO TARCÍSIO          

 BAGA LULOVITCH (da Silva) – Esta baga foi escrita logo após a reeleição de Lula e as suas infelizes declarações acerca da invasão da Ucrânia. Calhou a não ser publicada e foi ficando na gaveta. É repescada agora, num momento oportuno, em que Lula insiste nas suas lamentáveis opiniões públicas.

Fui sempre um portuga apoiante de Lula da Silva. Elogiei as grandes melhorias que ele introduziu na sociedade brasileira, a sua humildade e simplicidade e o seu percurso de vida, de operário metalúrgico a líder de um dos maiores países do mundo. Apoiei-o sempre contra o Capitão Pô, o execrável Bolsonaro. A quem fiz uma entrevista fictícia no Palácio do Planalto, que pretendia expor a sua falta de inteligência, o seu primarismo e a sua total inadequação à nobre função. Nunca acreditei nas culpas de Lula que considerei sempre uma vítima de conspiração maliciosa da extrema-direita brasileira, a família política e ideológica natural do Capitão Pô. Porém, Lula tem culpas novas no cartório e nestas eu acredito, já que as tenho visto com os meus próprios olhos.

Eu e Lula acabámos, estamos de relações cortadas. Escusa ele de me convidar para churrasquinhos, caipirinhas ou rodas de samba. Gosto muito disso tudo, mas, com outros, não com ele. Sou um simples cidadão que nunca quis saber de política ou de poder. Não devo nada a ninguém. Pouco me importa a opinião do Avô Beijinhos ou do chefe da banda nacional. Eu sinto-me embaraçado. Porque eu gostava do cara.

O momento atual é o mais perigoso que a Humanidade alguma vez viveu. É um tempo de atitudes e escolhas, sem subterfúgios, meias palavas ou discursos ocos. E não é apenas pelo perigo de conflito nuclear, que é, obviamente, o pior. É também e talvez sobretudo porque todos os ditadores do mundo estão bem atentos, a ver o que se passa. Ah, quer dizer que podemos invadir países vizinhos, anexar territórios à força, fazer referendos ilegais, lançar mísseis e bombas à fartazana, contratar mercenários selvagens, destruir edifícios de apartamentos, escolas e hospitais e matar civis, incluindo mulheres e crianças? Tudo o que nos pode acontecer é umas sanções económicas? E se tivermos armamento nuclear, é só fazer chantagem, que eles se borram todos? Então espera aí que eu também quero.

É porque vivemos estes tempos assim que qualquer líder mundial tem de medir muito bem o seu discurso público. E não vir com conversinhas dúbias sobre paz. Todos queremos paz, eu, o Papa e toda a gente na minha rua. Mas a paz sempre teve um preço, muitas vezes altíssimo. Para falar de paz sem a explicar muito bem e com detalhes, como se fossemos todos muito estúpidos, é melhor ficar calado. Porque a paz nos termos de Putin não é paz nenhuma, é apenas a tentativa patética de legitimar o que é impossível de legitimar perante o mundo. Qualquer discurso sobre paz que não refira claramente a qualidade de agressor da Rússia, o fim da atividade militar e a retirada total da Rússia dos territórios ilegalmente ocupados, da Crimeia ao Donbass, é apenas alinhar no jogo de Putin. Coisa a que Lula se prestou com incrível simplismo e descontração. Se, por detrás disto, ainda estiverem critérios de natureza económica, pior ainda, é sinal de que a ética e o direito universal estão mortos. Ou critérios de reverência ao poder bruto, para não irritar os chineses, que são uns ricaços muito sensíveis. Afinal, segundo Lula, a culpa é sobretudo da Ucrânia que teima em resistir e também da Europa e dos EUA, que teimam em ajudá-la a resistir. Talvez a Europa e os EUA não devessem ter resistido aos nazis. Deu muito prejuízo e irritou muita gente.

E se algum dos dez países que fazem fronteira com o Brasil, da Argentina à Venezuela, anda com o olho nalgum pedaço de terra brasileira, agora é o momento certo para avançar e anexar uns pedaços de território e uns rios. Afinal, Lula, que sempre foi um político coerente, não vê problema algum nisso. Pelo contrário, vai falar de paz, a guerra sai cara, vai ficar tudo bem. POPEYE9700@YAHOO.COM

 

BAGA MORTÁGUA

Maio 14, 2019

Tarcísio Pacheco

megafone.jpg

imagem em: https://br.depositphotos.com/116014162/stock-illustration-cartoon-blackboard-speaking-megaphone-isolated.html

BAGAS DE BELADONA (74)

HELIODORO TARCÍSIO   

 

BAGA MORTÁGUA – As manas Mortágua e, por arrasto, todo o grupo conhecido como “as meninas do BE” vieram, nos últimos anos, agitar a cena política portuguesa, provocando ódios e paixões. Para que fique claro, sou membro do grupo das paixões. Até porque elas são todas giras e estou farto de políticos feios e vestidos da mesma maneira. Elas representam uma lufada de ar fresco, são o berço e o motor das novas ideias e atitudes que vão fazendo evoluir a mentalidade portuguesa, embora devagarinho porque a populaça não se dá com grandes e bruscas inovações. As manas Mortágua são odiadas sobretudo pelos setores mais conservadores e convencionais da sociedade, pela Igreja Católica, claro, a campeã da misoginia e pelos inúmeros homens que receiam a inteligência feminina e a ascensão social da mulher.

Recentemente, um articulista do DI escandalizou-se com a brejeirice de uma das manas Mortágua que, em recente evento comemorativo da liberdade, através do megafone, expressou o desejo de que Santo António levasse Bolsonaro para junto de Salazar. E ainda se mostrou receoso de que o caso provocasse um incidente diplomático entre Portugal e Brasil. Não deixa de ter a sua razão. Se Portugal e o Brasil entrassem em guerra, era bem capaz de ser uma coisa mais tipo batalha naval e se eles nos afundassem um submarino, era logo metade da nossa frota subaquática que ia à vida. E os danos colaterais poderiam ser significativos. Era provável que tivéssemos de deixar de apresentar escolas de samba nos nossos corsos carnavalescos devido à forte possibilidade de infiltração de espiões inimigos. Muitas casas de alterne, um próspero negócio intercultural, teriam de fechar, por míngua de “funcionárias”. E os restaurantes deixariam de servir picanha com feijão preto e arroz. Pessoalmente, eu também seria afetado:  cachaça de cana só no mercado negro e a caipirinha passaria para 50 euros o copo. Pior que isto, só se a minha filha, nascida na Bahia, se passasse para o lado inimigo e espiasse lá por casa.  Só coisas horríveis. E tudo porque a Mortágua se lembrou de agarrar num megafone. Podia perfeitamente ter agarrado noutra coisa qualquer.

Mas talvez não haja razões para tanto alarme, digo eu. Para começar, duvido que o simpático e casamenteiro Santo António se dê com tão más companhias e ainda menos que faça biscates para Caronte. Por outro lado, embora ambos se inscrevam no mesmo universo ideológico, não sei se Salazar iria gostar. Era um fascista conservador, cinzento e contido, mas nada tinha de ignorante. Não me parece que apreciasse a figura tansa e histriónica de Bolsonaro, aos pulos num palco, a metralhar os adversários com um microfone. E, como católico ortodoxo, iria olhar de soslaio para a bem ativa assessoria evangélica do presidente brasileiro.

Quanto ao hipotético incidente diplomático, estranho sobremaneira que o nosso articulista, tão cheio de pruridos, tenha ficado tão escandalizado com a brincadeira da Mortágua e não se tenha sentido, no mínimo, incomodado, com a intolerável intromissão de ministro Sérgio Moro na política e justiça portuguesas, ao tecer comentários públicos no nosso país sobre José Sócrates e a sua atual condição, apelidando-o perante os media, de “criminoso”. Este verdadeiro incidente diplomático, que nem sequer foi sancionado por qualquer santo de renome, deveria ter sido caso para protesto formal e censura imediata. Mas os mesmos brandos costumes que nos permitem a brejeirice de mandar um fascista vivo ir fazer companhia a um fascista morto, fazem com que comportamentos tão aberrantes não provoquem mais do que sorrisos amarelos e conversas de café. Somos assim, fofinhos…acrescente-se a tudo isto que, como Miguel Sousa Tavares comentou num recente telejornal, Sérgio Moro é uma figura perfeitamente controversa, para dizer o mínimo. Um juiz de Direito que representou praticamente todos os papéis disponíveis no célere processo que condenou Lula, ainda o potencial vencedor das últimas presidenciais brasileiras e o grande adversário de Bolsonaro, num arremedo de processo judicial que faz rir qualquer país civilizado, em que a acusação não foi capaz de apresentar qualquer prova material e se baseou totalmente na delação premiada e anónima. Logo em seguida, Moro, o carrasco de Lula, do grande obstáculo entre Bolsonaro e o cadeirão presidencial, após as eleições, é promovido a ministro. Recentemente, disse de Bolsonaro que este é um grande democrata e que a democracia não está em perigo no Brasil. Ri-me muito com isto. E veio a Portugal meter o nariz num processo judicial em curso, traindo o princípio basilar da presunção de inocência, o que é especialmente grave num magistrado. Porque é que Sérgio Moro é um cara legal e a Mortágua é uma atrevida de megafone em punho, é um mistério que ultrapassa o meu fraco entendimento.  POPEYE9700@YAHOO.COM

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