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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGA A HISTÓRICA SUPERIORIDADE MORAL DA ESQUERDA (114)

Dezembro 14, 2020

Tarcísio Pacheco

 

BAGAS DE BELADONA (114)

HELIODORO TARCÍSIO   

BAGA A HISTÓRICA SUPERIORIDADE MORAL DA ESQUERDA – Os termos “direita e “esquerda” aplicados às ideologias políticas, podem até ter nascido como resultado de um acaso histórico. Porém, o certo é que o devir temporal e as ações dos homens acabaram por definir dois grandes campos ideológicos, completamente diferentes. Ser (na prática e não de forma hipócrita) de direita ou de esquerda, para além de todas as inúmeras diferenças individuais, pressupõe ideias, perspetivas e práticas de natureza quase oposta. O que não tem nada a ver com ser “bom “ou ser “mau”. As ideologias são perfilhadas e levadas à prática por seres humanos de todos os tipos, desde criaturas excelentes até refinados patifórios; uns e outros coexistem em todas as estruturas duma sociedade.

Em termos de grandes traços descritivos e caracterizadores, que são depois depurados pela personalidade individual e evitando, por ora, juízos de valor e fugas para franjas radicais, a direita é liberal, capitalista, individualista, competitiva, conservadora, tradicionalista, convencional, moralista, fechada, patriótica e crente. A esquerda é socialista, coletivista, comunitária, justiceira, evolucionista, progressista, universalista, flexível, aberta e ateia, agnóstica ou espiritualista.

Tudo isto até pode ser discutível. As pessoas inteligentes estão sempre abertas a discutir seja o que for. Não há verdades absolutas, para além da irreversível finitude dos corpos físicos. E cada ser humano é único.  Mas a verdade é que toda a gente se inscreve muito mais numa destas matrizes do que na outra. Não se pode ser conservador e progressista ou patriótico e universalista, ao mesmo tempo. Sem jamais me ter interessado por qualquer partido político, soube desde muito cedo que era de esquerda e qual era o meu lugar no mundo.

Juntar uma coleção avulsa de eventuais falhas diversas de gente da esquerda, como vi fazer recentemente, pretendendo com isso contestar a superioridade moral da esquerda, é um exercício pueril, abusivo, absolutamente estéril e envolto em bílis amarga. Nada mais fácil do que reunir outra coleção avulsa de sinal contrário. Mas, porque me entregaria a uma futilidade desse nível? A superioridade moral da esquerda não vem dos seus regimes políticos que, muitas vezes, dirigidos por personagens terríveis, cometeram verdadeiros crimes contra a Humanidade e se entregaram a todo o tipo de excessos. Vem da própria História e é claríssima. Se considerarmos apenas os últimos 4.000 anos na História da Humanidade e aceitarmos que a Revolução Francesa, de 1789, é o elemento precursor das ideologias de esquerda, o que nem é muito polémico, então a Humanidade foi de direita durante 3.789 anos e só há 231 anos é que percebeu que havia alternativas ao poder proveniente de delegação divina e assente na força bruta. Que a Humanidade ainda não esteja cansada de direita é um dos mistérios da vida.

É que, apesar de toda a crueldade e ganância que regem o nosso mundo atual, dantes, era muito pior. A História da Humanidade é um longo cortejo de violência, crueldade, tirania, ambição, ganância, fanatismo, hipocrisia, opressão, injustiça, abuso e exploração dos mais fracos pelos mais fortes. E só a partir de 1789 é que as coisas começaram a mudar, da forma inevitavelmente violenta que todos conhecemos.

Todas, virtualmente todas, as inúmeras conquistas atuais, em prol da democracia, da liberdade, da justiça, do laicismo do estado, do respeito pelas minorias, pelas crianças, pelas mulheres, pelos animais, pela diferença, têm origem em movimentos revolucionários de esquerda, pacíficos ou sangrentos, de cariz intelectual ou material. Se não fossem as ideias ditas “de esquerda”, ainda andaríamos aqui todos às ordens dum tipo como os outros que se diria escolhido por Deus e teria herdado a coroa do pai dele (quando não era por um golpe palaciano ou por assassinar os irmãos).

Por isto tudo, como é que a esquerda não haveria de ser moralmente superior, apesar dos disparates e fraquezas de alguns dos seus atores, humanos imperfeitos e ignorantes, como todos nós? Esquerda é evolução, direita é imobilismo ou regressão. No grande plano da História, a evolução nunca para, apenas tem avanços e recuos. Por isso, o recuo atual (ressurgimento da direita) é apenas aparente e transitório. É o estertor patético de uma besta moribunda.

Para terminar, no mesmo dia em que um articulista do  DI pretendeu criticar a superioridade moral da esquerda, o mundo ficou a saber que József Szájer, eurodeputado húngaro de extrema-direita, casado e pai, defensor do casamento tradicional e opositor do casamento gay, foi apanhado numa orgia homossexual, num apartamento em Bruxelas. Literalmente, ficou tudo a nu. Que grande azar. POPEYE9700@YAHOO.COM

BAGA É NÁAAAAAAA OUTRA VEZ...

Março 08, 2018

Tarcísio Pacheco

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imagem em: https://medium.com/@carlosramalhete/anticomunismo-revolucion%C3%A1rio-9b091461ac48

 

BAGAS DE BELADONA (48)

 

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

                  

BAGA É NÁAAAA OUTRA VEZ – Sr. Jorge Moreira Leonardo, com o senhor é mesmo case closed, a menos que demonstre competência para discutir ideias, o que me parece uma esperança vã. Não nego que fui em quem começou e toda a gente sabe que gosto de uma boa polémica. Mas prefiro-a ao nível das ideias. Recordo que no princípio da novela nem sequer o identifiquei e chamei-lhe apenas conservador de direita, que é aquilo que o senhor efectivamente é e não constitui insulto. Já o senhor, como todos os da sua estirpe navega entre o insulto básico e a ameaça de procedimento judicial. É a sua versão de “eu tenho medo de ti mas vou chamar o meu pai para te bater”…Desafiei-o para nos explicar, em tribuna pública, porque é que o capitalismo é um grande bem para o mundo. O senhor respondeu-me com insultos bastante expressivos sobre a minha dignidade e o meu aspecto. Cuidando, talvez, que tentar insultar alguém que nem se conhece de parte alguma e ainda por cima desajeitadamente, é sinal de grande dignidade própria. Mas no fundo até entendo, eu também não escrevo sobre física nuclear ou engenharia de pontes. Não percebo nada disso. Sejamos claros, eu não pareço o que sou e o senhor é o que parece. Nisso é coerente. E poupe-nos à dramatização da sua infância de pobre. O mundo está cheio de gente que se licenciou à sua própria custa, em duras condições ou tardiamente. A vida ensinou-me que a maior parte das pessoas que não seguiram estudos o fizeram por opção ou por limitação pessoal. O resto costuma ser desculpa. Eu próprio, que não tinha recursos de família, não pude estudar no Continente mas enquanto estudei, em Ponta Delgada, fui professor e trabalhei num restaurante e na livraria 9 Estrelas. É claro que, em vez disso, podia ter entrado para o BCA se quisesse e hoje em dia era uma pessoa importante como o senhor. Eu até jogava futebol. São opções. Quem me conhece sabe que me borrifo para o dr. e raramente o uso ou deixo que o usem. Mas para pessoas como o senhor, lamento, quer goste quer não, é mesmo dr. Heliodoro, o meu qualificativo formal de trabalho, segundo o uso e costume nacionais. Portanto, quando me chama publicamente Sr. está claramente a mostrar a sua verdadeira educação, para além do verniz superficial. Quanto ao resto, se insiste em manter a novela aberta e se é assim tão esperto como insinua, explique-me lá, sem insultos, se der com o jeito: o capitalismo é bom porquê? POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

 

BAGA E AGORA QUE NÃO SEI O QUE HEI-DE DIZER?

Fevereiro 20, 2018

Tarcísio Pacheco

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 imagem em: https://triz-journal.com/problem-solving-without-logic-a-falsification-test/

 

 

BAGAS DE BELADONA (46)

 

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA E AGORA QUE NÃO SEI O QUE HEI-DE DIZER? – Mr. Right, o senhor articulista do DI, conservador, de direita e admirador de Trump e do seu slogan “America first”, a cujas ideias me referi no Bagas de Beladona (44), sem citar nomes, no seu habitual e bizarro post-scriptum que nunca tem nada a ver com o scriptum, nitidamente abespinhado mas a fingir o contrário, utilizou a estafada estratégia dos pobres: o objecto de discussão não vale a pena e o oponente ainda menos. O estranho é que o objecto de discussão, capitalismo versus socialismo, foi trazido a público por este senhor, não por mim. Se não vale a pena, tivesse ficado quieto. À primeira vista parece dignidade mas não passa da pobre estratégia de quem não sabe o que há-de dizer nem tem nada para dizer. O que não admira porque se enxergasse alguma coisa nesta vida, saberia que o capitalismo é a morte do mundo e não é a longo prazo. É o capitalismo, o amor pelo dinheiro, pelos bens materiais e o espírito de lucro e de acumulação, que, em grande parte,  fazem do mundo a miséria que ele é hoje. Para quem não é cego, basta olhar à sua volta. Mas isto, nem através de um microscópio, este senhor conseguiria vislumbrar. Além disso, ensaia um insulto pessoal que, com a sua falta de jeito, julga velado. Já devia ter experiência para saber lidar com estas coisas com mais sabedoria. Se quer escrever para os jornais, para o público, sujeita-se a que alguém critique as suas ideias. Se não sabe responder, então, mais vale começar a escrever, para variar, post-scriptum que tenham algo a ver com os scriptum e deixar-se de insultos maquilhados, que isso fica muito feio na idade dele. As ideias do Mr. Right foram o mote para a minha baga. Mas, entenda-se, o meu discurso não era centrado na sua pessoa, que nada me diz. Não escrevi para que me respondesse, escrevi para contestar aquelas ideias, o que é um direito que me assiste. Não escrevo cartinhas para os jornais, essa é a mania de um ex-amigo meu. As minhas ideias parecem esquisitas, fora do formato, não alinhadas? Se fosse para escrever o que toda a gente escreve e do mesmo modo, para que escreveria eu? Ao Mr. Right falta-lhe entender muita coisa mas em particular, que é o contraditório do seu discurso que lhe poderia dar oportunidade de brilhar e até mesmo de arrasar. Se for capaz disso, evidentemente. Se tem resposta à altura, então deve responder. Se não tem, deve calar-se e admiti-lo implicitamente. Se tivesse ficado calado, eu teria feito o mesmo até porque ando há anos a resistir a comentar a regular babugem de direita dele. Agora, fazer de conta que não responde porque o outro é tolo, isso não resulta, está muito visto,  revela incapacidade e pobreza de espírito. E é sobretudo por respeito à sua vetusta idade que não cito claramente o seu nome. Toda a gente sabe que não me coíbo de chamar os bois pelos seus nomes. Um conselho final: vá ao dicionário ver o que significa post-scriptum e com que finalidade deve ser usado. POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

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