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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGA O PARTIDO DA UBER

Outubro 16, 2019

Tarcísio Pacheco

cristas.jpg

imagem em: https://ponteeuropa.blogspot.com/2017/12/a-megalomania-de-assuncao-cristas.html

 

BAGAS DE BELADONA (82)

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA O PARTIDO DA UBER – Não me apetece comentar as recentes eleições e a abstenção. Já dei o suficiente para esse peditório. O próprio presidente do Governo Regional dos Açores, há 4 anos, num Dia da Região, enunciou medidas que, se aplicadas, poderiam melhorar bastante a prática política, promover a deslocação do poder para a órbita da população “civil” e diminuir a abstenção eleitoral. Nunca mais falou disso, nem ele nem ninguém, por isso acredito que tivesse sido apenas garganta, algo muito comum em políticos. Já no Dia da Autonomia de 2019, preocupou-se mais com embarcações de recreio suspeitas de espiar para a Coreia do Norte, que pudessem estar atracadas no cais da Calheta de S. Jorge, onde haveria de botar faladura solene, historieta patusca que já contei nestas páginas.

Sobre as recentes eleições, sempre digo que nunca concordei que chamassem ao CDS-PP (doravante designado como “o partido”), o partido do Táxi. Parece-me injusto até porque eles agora são cinco e, assim sendo, um deles teria de ir a pé, coitado, restando sempre a hipótese de expulsar o motorista, se ele for imigrante.  Se insistirem nesse humor negro, ao menos, chamem-lhe partido da Uber, que é mais moderno. Fiquei com dó daquela pobre gente sem sorte na vida e em fase depressiva, que só deve animar-se com a disputa do poder que se avizinha, por isso quero contribuir desinteressadamente com algumas sugestões alternativas e mais confortáveis, pelo menos em termos de espaço. Fica aqui uma pequena lista: partido do Elevador, com  Assunção Cristas a encarnar aquela adorável figura anacrónica da menina ascensorista, sentada num banquinho a gritar “descendo”, evidentemente; partido do WC, onde, por questões de decência e moralização, conceitos tão caros a este partido, não vou colocar a Cristas a fazer nada; partido do Consultório Médico, onde Artur Lima poderia matar dois coelhos com uma anestesia, avaliando ao mesmo tempo a saúde dentária dos seus eleitores, embora seja sabido que a maior parte das cáries se verifica entre o pessoal de esquerda, que é gente mais porca; partido do Avião, embora, lamentavelmente, seja forçado a reconhecer que neste caso basta um táxi aéreo; partido do Teleférico, talvez a única possibilidade de olharem para o Bloco de Esquerda de cima para baixo; partido da Câmara Hiperbárica, proponho isto com a melhor das intenções já que o partido vem de  um mergulho a grandes profundidades e todos sabemos o perigo que provem da libertação de bolhas de azoto nos tecidos humanos; partido da Capela, levando em conta o catolicismo militante habitual nos membros deste partido, parece-me que caberiam bem, embora um pouco à justa, reconheço, na Capela de Santo António, no Monte Brasil, tão bonita; partido do Mausoléu, já que e com mágoa o digo, não sei se desta vez o partido recupera e se não é o princípio do fim;  partido do Trator, pode parecer um pouco rústico e apertado mas se  for com trela, o partido já está habituadíssimo  a andar atrelado ao PSD; partido da Taberna, uma daquelas castiças e pequeninas do Bairro Alto, com fotografias de toureiros nas paredes, o Portas de copo na mão e o Fado Bicha na animação, só para acabarmos isto em clima de alegria, a tomar uns copos; finalmente, partido da Cápsula Espacial, as coisas estão a correr muito mal aqui na Terra, quem sabe noutro planeta, no lado direito da galáxia, falem com o Elon Musk e boa viagem.

De nada, não é preciso agradecer, temos de ser uns para os outros, é claro que ficamos sempre amigos e se alguma vez precisar de um empenho junto da Santa Sé para anular o meu primeiro e católico casamento e, suprema felicidade de um homem, casar de novo, já sei a que portas bater, à do conterrâneo ilhéu Tolentino de Mendonça, agora Sua Eminência, cardeal de Roma e príncipe da Igreja ou à vossa, mas à vossa é mais garantido.

popeye9700@yahoo.com

 

 

BAGAS DE BELADONA (42)

Janeiro 18, 2018

Tarcísio Pacheco

toiro 2.jpeg

 imagem em: https://www.playgroundmag.net/food/Vuelve-estrenarse-pelicula-antitaurina-Disney_0_1949805013.html

 

BAGAS DE BELADONA (42)

 

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA EXTREMA – Sempre me incomodaram conceitos como “bloco central” e “arco de governação”. Bloco central, por pretender incluir toda a gente numa massa amorfa e cinzenta, sem alma, onde estão todos de acordo, onde o que conta é o que é “melhor para o país”, seja lá o que isso for e onde não há discordância nem diversidade; a imagem de um pântano estagnado onde proliferam mosquitos oportunistas; um buraco negro que suga toda a luz e toda a energia. Arco de governação, por pretender excluir a diferença, a originalidade e, frequentemente, o talento e a inteligência; invenção de nativos do Cavaquistão para afastarem quem desequilibra os seus estreitos universos mentais. Posto isto, adorava que certos políticos, sempre os mesmos, deixassem de se referir à esquerda política portuguesa como extrema-esquerda. Não me incomodaria tanto se referissem o CDS-PP como “extrema-direita”, o que nunca acontece. O PC e o BE são partidos democráticos de esquerda. O CDS-PP é um partido democrático de direita. É difícil falar de partidos extremistas em democracia, pela simples razão de que aqueles são, em geral e por natureza, antidemocráticos. Um exemplo de partido extremista, travestido de democrata, por não ter outro remédio, é a Frente Nacional, da Le Pen. Não temos nada disso em Portugal. O mais radical é que temos é coisas como certas claques do FCP. Tinha ideia de que Rui Rio é bem mais inteligente do que Passos Coelho, embora isso não seja nada difícil. Mas o homem, além de vir com lirismos do tipo “ganhar eleições com maioria absoluta”, já veio também com o discurso estafado da “extrema-esquerda” e do “arco de governação”… Nisso, pouco diferia de Santana Lopes. Aliás, no que é que diferia mesmo? Ah, já sei, não tem um passado de dandy vagamente simpático, geralmente inofensivo e bastante cómico quando tenta fazer de estadista sério e profundo.

 

BAGA UEI TOIRO – Na aviação, é de fulcral importância fazer a check-list (que é o universalismo para lista de verificação) antes da decolagem. A propósito da notícia recente sobre a histeria agressiva do Movimento pela Abolição da Tauromaquia de Portugal relativamente à tourada à corda terceirense e à proposta para a sua inclusão na lista do Património Cultural Imaterial, lembrei-me de fazer uma check-list para a tourada à corda: toiros: check; ganaderos: check; pastores: check; afición: check; capinhas: check; veterinário: check; PSP (gratificada): check; papelada, há-de aparecer: check; pastagens verdinhas: check; água: check; festas de Verão: check; mordomos: check; gaiolas: check; cordas: check; foguetes: check; tascas: check; bifanas e cerveja: check; fita chinesa para os riscos: check; gajas giras nos muros: check; turistas, depende da Ryanair, da Delta e, infelizmente da SATA mas ok, check; sol, hummm, ok, quem sabe, vamos arriscar: check. E pronto, está feita a check-list da nossa tourada à corda. Está tudo, pelo menos o que é importante. O que não está nem é importante é a integração na lista do Património Cultural Imaterial e ainda menos a  opinião dos abolicionistas. A tourada à corda é nossa e havemos de a fazer enquanto a maioria de nós quiser. É Património Cultural Imaterial, classificado ou não. Porque no dia em que deixarmos de mandar nas nossas tradições, no dia em que gente como Santos Silva, o Trampa e abolicionistas radicais é que mandarem nisto, então é melhor irmos todos embora e o último a sair fecha a porta da Câmara Municipal e deixa a chave debaixo do tapete da entrada (à direita do palco, quem está de frente). POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

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