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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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BAGAS JUSTIÇA À PORTUGUESA 1-2-3

Fevereiro 27, 2019

Tarcísio Pacheco

kate-violada.jpg

imagem em: https://www.lusopt.eu/mundo/politica/portuguesa/1227-vergonha-turista-violada-arrasa-justica-policia-e-saude-portuguesas

BAGAS DE BELADONA (71)

 HELIODORO TARCÍSIO   

 BAGA JUSTIÇA À PORTUGUESA 1 –  Nem toda a gente sabe que os tribunais, na sua qualidade de órgãos de soberania, não são obrigados a ter livro de reclamações. No entanto, é possível reclamar dos tribunais, o que muita gente também desconhece e é possível fazê-lo em três instâncias diferentes. Com a qualidade e morosidade da justiça portuguesa, se as pessoas reclamassem mais frequentemente, outro galo cantaria. Aqui em Angra, um cidadão local, enviou um requerimento ao tribunal, reivindicando o cumprimento da lei, num assunto pacífico, em que tinha toda a razão e que implicava apenas uma sentença de três linhas seguida da forma verbal “Cumpra-se”. Durante mais de um ano, o tribunal de Angra ignorou desdenhosamente este cidadão. Até que este, já farto, decidiu reclamar. As reclamações NÃO podem ser ignoradas e, realmente, passado pouco tempo, a sentença de três linhas saiu. Mas logo em seguida, veio uma cartinha de amor do tribunal, declarando que o cidadão reclamante abrira um “incidente processual” e que havia custas a pagar, mais exatamente 51,00 euros (em dez dias, senão…). Ou seja, podemos reclamar e as reclamações funcionam, mas depois vem o castigo…Ah, queridinho, reclamaste, foi? São coisas muito sérias, os “incidentes processuais”, algo que, para Einstein, estaria ao nível dos rasgões no tecido do espaço-tempo, coisas cataclísmicas.

BAGA JUSTIÇA À PORTUGUESA 2 – Uma jovem britânica, de 24 anos, em férias em Portugal, em 2017, pediu boleia no Algarve, iniciando assim o regresso a casa. Um camionista, na casa dos 30, deu-lhe boleia; posteriormente, usou um pretexto para parar o camião num local ermo, onde puxou a jovem para fora da viatura e a violou ali mesmo repetidamente. Talvez por ser um camionista de um país pacífico e de brandos costumes, não a matou depois e deixou-a fugir. Que fofo…Numa estrada ali perto, a moça acabou por ser socorrida por um casal alemão que a levou à esquadra mais próxima. O criminoso foi facilmente identificado. A justiça portuguesa levou dois anos para julgar este caso. Durante esse tempo, o violador andou a flanar pelas estradas portuguesas e, se calhar, a dar boleia a jovens turistas. No hospital, o médico de serviço foi extremamente desagradável e bruto. Segundo a própria, não revelou que fluídos lhe estava a administrar e, perante alguma histeria e desespero da moça, disse-lhe algo como “Acalma-te! Tens de crescer!!!”. Ou seja, como quem diz “olhem para esta, toda histérica só porque foi violada…”. A jovem entrou em depressão profunda, tendo de ser seguida por psiquiatras, quase perdeu o emprego e comprometeu o curso universitário que estava a iniciar. Dois anos depois, veio o julgamento, o criminoso teve direito a advogado de graça, a jovem, sem recursos financeiros para estas coisas, teve de recorrer a uma organização de advogados que atuam pro bono e só conheceu o seu advogado no dia do julgamento, tendo ainda de lidar com uma humilhante proposta de acordo, que recusou. O criminoso foi condenado a 4 anos de pena suspensa (uau!!!!!) e a uma pequena indemnização, esteve o tempo todo de sorriso nos lábios, no tribunal, a olhar para a sua vítima e saiu do julgamento de braço dado com a mulher (que parelha…), ambos felizes e na risota, contam as testemunhas. Só sabemos de tudo isto porque a vítima decidiu sair do anonimato a que tinha direito para promover “mudanças na justiça portuguesa”. Devia ter uma estátua junto ao principal tribunal de Lisboa…quanto ao criminoso e aquele médico, confesso que gostava de ver a ambos presos por uns meses numa das piores cadeias de Portugal, cheias daqueles tipos com tatuagens no pescoço. A justiça interna das prisões é bastante efetiva e simples e seria provável que fossem violados. Talvez isso acabasse com a boa disposição do camionista e fizesse o médico “crescer”, uns centímetros para cima, contra a parede do duche.

BAGA JUSTIÇA À PORTUGUESA 3 – O juiz Neto de Moura, que já teve honras de uma “baga” nestas páginas, foi formalmente censurado pelos seus pares, por aquele já famoso acórdão em que condena a mulher adúltera, usando citações bíblicas e desculpa a bárbara agressão com uma moca de pregos, perpetrada pelo ex-marido e pelo ex-amante, conluiados na “vingança” e ambos “traídos” pela perversa Jezabel. O problema é que, Neto da Moura que, nitidamente, passou ao lado de uma grande carreira como líder de um grupo de estudos bíblicos, continua a julgar por esse país fora, à rédea solta. Agora, mandou retirar a pulseira eletrónica a um marido violento, que estava proibido de se aproximar da ex-esposa a quem havia agredido violentamente por muitas vezes, a última das quais com perfuração do tímpano. Motivo invocado: não tinham “perguntado” ao agressor se “concordava” com a medida. Isto até seria caricato, se não fosse trágico num país onde, todos os anos, morrem dezenas de mulheres vítimas de violência doméstica. Neto da Moura já demonstrou à saciedade que não tem as elevadas qualidades que um juiz deve ter. Devia sair, não sem antes levar duas chapadas de alguém da família dele, para perceber que violência doméstica DÓI e deixa marcas. Depois, se quiser, pode vir para a Terceira. Temos sempre falta de calceteiros por aqui. E temos Jeovás, Igreja Universal, Mórmons, etc, a tropa toda. Ele vai adorar. POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

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