BAGAS DE BELADONA (26)
Janeiro 03, 2017
Tarcísio Pacheco
imagem em: http://www.123rf.com/photo_13204763_pink-alien-cartoon-and-vector-isolated.html
BAGAS DE BELADONA (26)
HELIODORO TARCÍSIO
BAGA HÁ ALGUÉM AÍ EM CIMA? – Como é próprio de um Sagitariano (sem entrar, por ora, em discussões sobre a Astrologia e a eventual mudança dos signos), para além da minha vida rotineira, busco incessantemente migalhinhas de conhecimento, que procuro na mais diversa interacção individual com o mundo e a vida, que é essencial e insubstituível, nos livros e, hoje em dia, na Internet, um repositório de tudo o que a Humanidade sabe e, sobretudo, do que não sabe, que é a maior parte de quase tudo.
Nesse sentido, deparei-me recentemente com um escrito da Dr.ª Jill Stuart, uma reputada académica e investigadora britânica baseada na insuspeita London School of Economics. Ela formula uma preposição relativamente à vida alienígena e cita Carl Sagan.
Sempre achei o famoso astrónomo uma das pessoas mais inteligentes do mundo da sua época. Talvez por provir de uma família de judeus ucranianos e o seu código genético não estar conspurcado com a lamentável herança do rígido e ignorante puritanismo anglo-saxónico. É também a prova de que o melting pot Norte-Americano tanto produz inteligências superiores, a exemplo de Sagan como perigosos e ambiciosos asnos endinheirados, a exemplo de Trump.
Carl Sagan é o autor de um postulado em que condensa a história do Universo, tal como a conhecemos, num simples ano terreste, tal como nós o definimos. Assim, em Janeiro temos o Big Bang, em Maio forma-se a Via Láctea, em Setembro forma-se o nosso Sistema Solar. No planeta Terra, no dia 30 de Dezembro, dá-se a extinção em massa dos dinossauros. E é só no dia 31 de Dezembro que surge e evolui no planeta a raça humana. Na verdade, é só nós últimos 60 segundos desse ano que habitamos o planeta. Por volta dos 47 segundos, temos as últimas eras glaciares, as grandes migrações humanas, a descoberta da agricultura, etc. Esta genial concepção é extremamente útil para estabelecer a perspetiva correta e confrontarmo-nos com o que nós somos na verdade, uma miserável, recém-nascida e absolutamente ignorante “cagadela” cósmica, que tem mostrado até ao momento ser extremamente imperfeita e perniciosa. Se Deus existe e fomos feitos à sua imagem e semelhança, a Criação deve ter acontecido num daqueles dias em que Deus saiu de casa sem se olhar ao espelho. Acontece-nos a todos.
Jill Stuart baseia-se neste postulado de Carl Sagan para expressar a convicção de que talvez existam, tenham existido ou venham a existir aliens (à letra, seres extraterrestres) mas que não é provável que os venhamos a descobrir e menos ainda a contactar. Isto porque a história humana é tão insignificante à escala cósmica que é bem pouco provável que sobrevivamos como espécie (ainda por cima nada sábia e extremamente agressiva) a tempo de evoluirmos no sentido de conseguirmos contatar hipotéticas civilizações extraterrestres ou aguardar que elas, ao longo do seu próprio desenvolvimento, nos contatem. Contudo, Stuart acha que a nossa busca deve continuar porque enquanto a fazemos, evoluímos e aprendemos sobre nós mesmos e sobre o universo. Pareceu-me uma preposição inteligente e racional, digna de ser aqui compartilhada. Este é um tema que fascina a maior parte das pessoas.
Para mim, a razão para ainda não sermos capazes de viajar no espaço à vontade e colonizar outros planetas, é simplesmente não termos competência para isso. E isto parece uma verdade à La Palisse mas não é. Não tem a ver com tecnologia, que é mais uma questão de inteligência racional. Tem a ver com comportamentos e emoções, coisas mais do foro da inteligência emocional. Para que iríamos nós colonizar um planeta semelhante à Terra, por exemplo, no nosso nível atual de desenvolvimento? Em 50 anos, o novo planeta estaria todo poluído e imerso em guerras. Mais um planeta lixado. Não tenhamos dúvidas. Fiquemos por cá, por enquanto, a ganhar juízo, se houver tempo e a acabar de estragar este. Feliz Ano Novo, dentro do possível. POPEYE9700@YAHOO.COM