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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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BAGAS DE BELADONA (20)

Outubro 20, 2016

Tarcísio Pacheco

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BAGAS DE BELADONA (20)

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HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA DINAMARQUESA – Recentemente, tive oportunidade de ver um trabalho na Internet sobre a organização social dinamarquesa. Os apoios que recebem na Dinamarca as pessoas carenciadas e as famílias com muitos filhos, não apenas financeiros mas também de outros tipos, são impressionantes. Sem contar que, apesar do salário mínimo não estar regulamentado, anda, em média, à volta dos 1.800 euros brutos. Não muito abaixo do salário bruto de um funcionário superior em Portugal, com quase 30 anos de carreira. É um país em que o equilíbrio e a justiça social são levados muito a sério. É um país que funciona. Agora, pergunta-se, é um país muito grande? Com muitos habitantes? Tem petróleo, minas de ouro, jazidas de diamantes? Não senhor. É um país cheio de recursos, com elevado potencial de desenvolvimento? Nem pouco mais ou menos. É uma meca turística? Nem por isso. O que tem é governantes decentes, empresários honestos, um povo culto e informado, um sistema de ensino público de qualidade, uma verdadeira cultura de dignidade humana, justiça social, partilha de recursos, valorização do trabalho e uma política salarial justa. Monárquico, republicano, democrático, europeísta, seja lá o que for, Portugal sempre foi e parece-me que nunca deixará de o ser, um país em que uma reduzida elite explora a seu bel-prazer um povo ignorante, inculto e alheado. Gosto de ser português e não queria ser outra coisa mas isso não me impede de saber em que raio de país me calhou nascer desta vez. Um país que deixou Cavaco Silva no poder, tantos anos, é um país que gosta de sofrer. Questão de fado.

 

BAGA CARTAZES ELEITORAIS – Os cartazes eleitorais que tenho visto por aí na nossa cidade estão muito bem e, sem dúvida, remetem para a realidade dos diversos partidos. Por exemplo, o cartaz do PSD mostra Duarte Freitas, que até é do Pico, com um cachalote solitário ao fundo, a exibir-nos a cauda, num mergulho para as abissais profundezas; pode deduzir-se que o líder regional é um mamífero solitário, que dispensa companhias indesejáveis, num mergulho arriscado para o abismo, de onde pode até nem voltar. Artur Lima, no cartaz do CDS-PP, aparece-nos com as suas habituais sobrancelhas desniveladas, numa permanente careta de desdém e continuamos a ignorar de que fruta é que ele gosta, em contraponto com a sua chefe, que toda a gente sabe ser doida por kiwis. Quanto à CDU, trabalho de equipa sempre, amigos e companheiros de luta, dentuça arreganhada, braço dado com o povo, rumo aos amanhãs que cantam, mesmo que cantem baixinho. Já o BE, qualquer cartaz serviria desde que tivesse lá Catarina Martins, Marisa Matias ou Mariana Mortágua; o difícil é escolher entre as três; tenho as minhas preferências secretas mas, no fundo, no fundo, queria-as todas. O cartaz do PS lembra-me aqueles westerns da minha infância em que havia o actor mas o amigo do actor era tão fixe que às vezes nem sabíamos quem eram um e outro; mas na verdade isso não era importante desde que houvesse um cromo qualquer com a estrela de xerife e índios bastantes para aquele número do cerco à caravana.

 

BAGA BULCÂNICA – Na amável cartinha pública que o meu amigo António Bulcão me dirigiu recentemente neste jornal, revelou-nos o tipo de democracia musculada que poderíamos esperar se ele chegasse ao poder. “Ai, és funcionário público e não votas? Rua, vai varrer caca de frango para a AviToste!”. Confesso que esta violência toda me arrepiou. E não me apetecia nada varrer caca de frango ou qualquer tipo de caca, já agora. Mas, no fundo, sei que até estamos do mesmo lado, ambos acreditamos que o sistema está podre. Acho que foi daí que me veio a ideia da caca. Só que o Bulcão é muito mais inteligente do que eu. Ele percebeu que se fizer sempre a mesma coisa, da mesma maneira, um dia até pode ser que dê certo. POPEYE9700@YAHOO.COM

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