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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGA O SENHOR DAS MOSCAS

Dezembro 18, 2018

Tarcísio Pacheco

4380789345_3b6488186c.jpg

imagem em: https://www.flickr.com/photos/finneganhound/4380789345

 

BAGAS DE BELADONA (63)

 

 

 

HELIODORO TARCÍSIO

                  

BAGA O SENHOR DAS MOSCAS – Hoje, até tinha umas coisas extremamente importantes para partilhar com os leitores, sobre política e economia, as minhas paixões na vida e uma nota emotiva e sentimental sobre o Natal da minha infância, mas há prioridades a respeitar. Acontece que ando impressionado com textos que apareceram recentemente neste jornal. Embora num registo ficcional e com algumas semanas de diferença, dois autores VIP pegaram num tema pelo falo, o que me deixou surpreendido pois tinha-os na conta de verdadeiros machos lusitanos, incapazes de tocar em falo alheio.  Ter-se-ão convertido à utilitária prática da “mão amiga”, popular entre os jovens evangélicos brasileiros apoiantes de Bolsonaro? Bom, sobre isso nada sei, quanto aos tais textos, são densos, muito elaborados, vagamente esotéricos, talvez mais para iniciados, envolvendo falos, masturbação e animais. Concretamente, falos eretos, bem circuncisados (um dado mais técnico mas parece que relevante), várias dezenas de moscas com as asas amputadas, desasadas, no dizer do povo, com mobilidade reduzida no discurso politicamente correto e com patinhas marotas, numa salgalhada que parece inspirar-se  numa sessão da Casa dos Segredos, mitologia urbana, o Grey das 50 Sombras a chicotear o Zé Castelo Branco em licra preta e o Cláudio Ramos, muito animado,  a comentar, por cima, em off, todos penteados pelo Eduardo Beauté.  Quer dizer, nestas coisas de zoofilia, eu já vi um pouco de tudo, com animais bem dotados, com animais linguarudos, com cobras musculadas e com animais fofinhos, do tipo ovelhas e cabrinhas, dum universo erótico pastoril que Miguel Torga não se atreveu a desvendar. Mas com insetos, com moscas, confesso, conseguiram surpreender-me. A mim, que já namorei com uma gaja turca na Turquia. Onde é que isto vai parar? Qual é a próxima? A centopeia, com as suas cem patinhas a fazer cócegas? O caracol, para os apreciadores de sensações intensas, viscosas e prolongadas? A borboleta, para os mais delicados, hipersensíveis e vítimas de ejaculação precoce? O penetrante candiru, dos rios brasileiros, para ir ao fundo da questão?
Um dos referidos autores já me preocupava antes, porque ele, há tempos,  já nos tinha revelado ter uma aranha de estimação na sua casa à beira da praia. Tenho sempre admiração por pessoas com casas à beira da praia e que não fazem parte de filmes americanos. E gosto de animais.  Por isso, por respeito e porque nunca temos a certeza se um relato ficcional não é, pelo menos parcialmente, autobiográfico, vou manter o anonimato dele e não vou comentar este estranho caso de aracnofilia. O mundo precisa de muito amor. Mas é bem conhecida a relação entre aranhas e moscas. As moscas daquela história, depois de sexualmente abusadas, acabam na teia da aranhinha? São como o biscoito que damos ao Bobi? Ou é ao contrário, é a aranha que fornece as moscas? Estaremos perante o caso duma aranha proxeneta? Se bem que o que verdadeiramente me surpreendeu foi o dono do falo, neste caso, ter um nome próprio que não é a versão portuguesa do nome daquele senhor idoso que é candidato ao trono inglês desde o tempo em que o Eusébio foi lá humilhá-los. E não ter o apelido daquele senhor romano que conquistou a aldeia dos irredutíveis gauleses e instaurou o hábito das citações em Latim, mais tarde vulgarizadas pelos comentadores de futebol.  Não estava à espera disso. Sabem todos de que falo falo. Ou por outra, de que falo não falo, porque o falo era outro. Não deixando de ser falo, não era o falo do costume. Vendo bem a coisa e conhecendo nós os hábitos e inclinações gastronómicas das moscas, a sua conotação com figuras políticas é óbvia e até bastante feliz. Mas fiquemos por aqui até porque do meu falo não falo. Dou-me ao respeito. Na próxima semana, talvez escreva uma história bonita de Natal. Necessariamente sem moscas nem políticos nem… POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

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