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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGA AUTONOMIA 1

Janeiro 29, 2019

Tarcísio Pacheco

partido político.jpg

imagem em: http://diniz5.rssing.com/chan-13145324/all_p43.html

 

BAGAS DE BELADONA (67)

 

HELIODORO TARCÍSIO

                  

BAGA AUTONOMIA 1 – Este é um tema forte em debate no momento presente. Duma forma geral concordo com o que tem sido publicado por outras pessoas, nomeadamente os que são críticos acérrimos da atual situação, conhecendo alguns o sistema por dentro. A mais que provável irrelevância do meu discurso tem sobretudo a ver com a sua base utópica. Há muito tempo que defendo um sistema diferente da democracia partidária. Ou seja, diferente de um sistema de governo em que as estruturas de poder assentam totalmente nos partidos políticos. Eles controlam tudo, desde a presidência da República ao parlamento, desde a Procuradoria-Geral da República até à junta de freguesia e ainda metem a colher no Tribunal Constitucional.  Sobretudo, abomino as ideias de que “sem partidos políticos não há democracia” e “não há alternativas democráticas”. Hoje em dia, pelo mundo fora, o cidadão comum é intoxicado com a ideia de que ou é partidos políticos ou é ditadura. A dupla Passos Coelho/Paulo Portas só me ensinou duas coisas: que aquilo é gente a evitar a todo o custo e que há sempre alternativas. Raramente cito outras pessoas, mas desta vez vou citar um pensador e crítico do sistema que admiro, Paulo Morais, ex-candidato à Presidência da República que haveria de ser ganha, inevitavelmente, pelo omnipresente Avô Beijinhos, irmão de Jair Bolsonaro (foi o Vovô quem o disse...)  É para não se pensar que isto é só fruto de uma mente fantasista. Com sua licença, escreveu Paulo Morais, a 17 de janeiro: Criados para representar as diferentes visões da sociedade, ao serviço do eleitorado, os partidos políticos estão em fase acelerada de degenerescência. São habitados por elites políticas que esqueceram os cidadãos e tudo fazem agora para manter os privilégios de que se foram apropriando. São os principais responsáveis pela abstenção, pelo desinteresse crónico pela política e pela crise da democracia. O principal objetivo dos maiores partidos portugueses é, na verdade, manterem-se na esfera do poder, partilhar negócios de Estado com os grupos económicos de que são instrumento e garantir emprego aos muitos milhares de apaniguados, os militantes partidários e seus familiares.”

Depois do 25 de Abril, a criação do estatuto autonómico açoriano era justa, inevitável e foi extremamente benéfica para nós. A legalização dos partidos políticos, proibidos por todos os ditadores, também tinha de acontecer. Agora, quase 45 anos depois, a estagnação e a podridão são perfeitamente evidentes. O sistema está em estado de decomposição cadavérica e a sua fundamentação teórica foi completamente subvertida. O sistema é parlamentar na teoria, mas está absolutamente governamentalizado. Os deputados só representam os interesses dos seus partidos, ao invés de representarem os interesses dos seus eleitores e das suas regiões. Não vale a pena repetir o que outros têm dito, melhor do que eu alguma vez diria. Na verdade, sem meias palavras, o sistema atual é uma intrujice. A questão é que a maioria dos comentadores continua a sonhar com um futuro diferente, mas com os mesmos protagonistas, só mudariam, talvez, as cores do poder. Rio-me todos os dias da kafkiana oposição açoriana (eu já li Kafka, isto não é os comentadores de futebol e os seus aforismos latinos…), porque, além da falta de liderança carismática, até agora, fariam exatamente o mesmo uma vez no poder, como já fizeram antes, só as caras mudariam e nalguns casos nem isso porque existem muitos camaleões políticos, criaturas que permanecem secas por muito que chova, todos nós conhecemos alguns. Ora, esperar que a mesma experiência, repetida mil vezes, com as mesmas condições e pressupostos dê um dia um resultado diferente, é muito pouco científico e bastante irracional. E depois, como diria Filipão, o utópico sou eu… (continua) POPEYE9700@YAHOO.COM

Baga RASHAF AL- QUNUN

Janeiro 22, 2019

Tarcísio Pacheco

arábia saudita.jpg

imagem em: https://www.toonpool.com/cartoons/

 

 

BAGAS DE BELADONA (66)

 HELIODORO TARCÍSIO

                  

BAGA RAHAF AL-QUNUNEste é um daqueles casos que a opinião pública devia seguir com atenção. A poucos meses de perfazer 18 anos, a jovem saudita Rahaf Al-Qunun teve a coragem de aproveitar umas férias em família no Koweit para fugir. A ideia era pedir asilo e o destino final a Austrália. Deve gostar de sol e é capaz de dar uma bela salva-vidas na praia de Bondi se souber nadar, se não souber pode dar também uma bela vítima e aproveitar para se livrar do burkini. No entanto, Rahaf não contava ser detida em trânsito, na Tailândia onde as autoridades locais ameaçavam devolvê-la à família proprietária. Inteligentemente, a moça barricou-se no quarto de hotel e queixou-se ao resto do mundo. Foi o melhor que fez, já que, segundo a própria, a família era bem capaz de a esganar, por vários motivos, para reparar a honra da família, para tirar vingança, para servir de exemplo e desencorajar quaisquer veleidades de mulheres sauditas que tivessem o desplante de querer andar na rua sozinhas, estudar, escolher o marido ou escolher não casar, viajar sozinhas ou ignorar o Corão.  Conseguiu obter o estatuto de refugiada através da ONU e pelo menos o Canadá já se dispôs a recebê-la nessa condição. Desejo-lhe muita sorte, é corajosa e ainda por cima gira. Mas o meu interesse na questão é destacar a Arábia Saudita como um dos regimes mais nojentos do mundo. Dou-me muito mal com o fanatismo de qualquer quadrante, a intolerância, a discriminação, a opressão e a violência. Jamais visitaria esse país ou qualquer outro desse universo. Ia acabar preso ou pior.  Incluo o Dubai e outros do género, até por embirrar com resorts turísticos.  Ainda há algumas dezenas de anos aqueles tristes andavam a limpar bosta de camelo, sonhando com os bons velhos tempos da Arábia Feliz e uma noite que fosse com a princesa Sherazade. Agora, graças ao apetite insaciável do mundo por petróleo, passaram a ser grandes senhores, não deixando de ser brutamontes ignorantes e fanáticos, na sua essência. Oprimem fortemente a mulher que é pouco mais que gado para eles. Combinam casamentos e casam crianças. De Corão na mão e ignorância ao peito, os seus sinistros mulás, santões medievais, justificam qualquer barbaridade enquanto cofiam as piolhosas barbas. Doidas por luxos e dinheiro, as elites sauditas negoceiam com o mundo capitalista enquanto financiam atos e grupos terroristas. O dinheiro não lhes trouxe inteligência nem mundo e continuam a organizar-se como sociedade teocrática. Atropelam-se e esmagam-se com regularidade à volta duma pedra sagrada. É tudo sagrado menos a vida humana.  Assassinam impunemente, com requintes de crueldade, jornalistas incómodos em embaixadas sauditas em países terceiros sem se preocuparem sequer em disfarçar o crime. Nunca têm culpa de nada porque Alá é quem decide tudo. São suportados pela apatia acéfala e acrítica do mundo de hoje, pelos interesses da alta finança, pelo delírio capitalista, pela falta de ética e valores universais, pela hipocrisia política e por alarves como Trump que, pouco disposto a criticar o príncipe regente, assobiou para o lado e twittou sobre o assunto com a costumeira indigência inteletual que o define tão bem quanto a cabeça de abóbora. Enfim, apelo às mulheres sauditas para fugirem em massa do país. Dispam as fantasias de morcego, descubram os vossos lindos olhos e fujam para Portugal.  Depois de Passos Coelho, fazemos cada vez menos crianças, precisamos de sangue novo. Temos uma mesquita e tudo e somos fixes, nem nos importamos que rezem a Alá as vezes que quiserem, se trouxerem de lá essas rotinas compulsivas A gente diz-vos para que lado fica Meca. É pra lá de manhã e pra cá à tardinha, pá. POPEYE9700@YAHOO.COM

BAGA TPC, NÃO OBRIGADO!

Janeiro 14, 2019

Tarcísio Pacheco

542119.png

imagem em: https://ionline.sapo.pt/523494

 

BAGAS DE BELADONA (65)

 

HELIODORO TARCÍSIO

                  

BAGA TPC, NÃO OBRIGADO! – Notícias recentes dão conta de que a comunidade Valenciana, em Espanha, decretou a limitação dos TPC (trabalhos de casa) para crianças entre os seis e os dezasseis anos. Ficamos também a saber, através da TVI24, que, em Portugal, pelo menos o agrupamento de escolas de Carcavelos já baniu os trabalhos de casa há cinco anos. São notícias que saúdo com alegria. Finalmente, há indícios de mudança e posições formais sobre o tema, embora tudo aconteça em câmara lenta em Portugal no sector da Educação. Sou um ex-docente, licenciado e com uma pós-graduação em Pedagogia. Apesar de ser um “puto” recém-licenciado, no final da década de 80 já pensava como penso agora.  Enquanto fui professor, até 1992, jamais passei TPC aos meus alunos, que tinham taxas de sucesso perfeitamente dentro da média ou superiores.  É que eu gostava deles e respeitava-os. Já nessa época entendia que se as crianças se levantam cedo, de segunda a sexta e passam uma grande parte do seu dia na escola, sujeitas à disciplina e a tarefas de aprendizagem, depois do término das atividades escolares, devem estar livres para ocupar o seu tempo até à hora de dormir com as coisas que gostam de fazer, que podem ser tão variáveis como, por exemplo,  desporto, música, artes diversas, leitura recreativa, cinema e televisão, passear ao ar livre, andar de bicicleta, ajudar os pais em algumas tarefas, conviver com a família, brincar,  dormir uma sesta ou simplesmente não fazer nada, o famoso ócio, que pode ser uma coisa muito salutar. Claro, tenho de incluir aqui os videojogos mas, pessoalmente, sempre afastei os meus filhos disso, por entender que não trazem benefício algum, contribuem para a estupidificação geral da sociedade, fomentam o isolamento e desencorajam a comunicação.  Escusado será dizer que, relativamente aos meus 4 filhos e no que dependia de mim, sempre os proibi de fazer trabalhos de casa durante a semana, admitindo-os, eventualmente, por vezes, ao fim de semana e em períodos de férias. Deparei sempre com muita resistência, quer da parte das mães deles (mais por recearem represálias para os filhos) quer da parte dos professores. Cheguei a receber recados da escola do género “se o teu pai não gosta que te mude de escola…”. É que, tanto quanto tenho conhecimento, o TPC é um mantra sagrado para muitos professores nos Açores, região de cultura conservadora e tradicionalista que jamais se distinguiu pela inovação. O problema começa logo no 1.º ano, agrava-se muito a partir do 5.º e toca, frequentemente, as raias do absurdo daí para a frente, com cargas irrazoáveis de TPC em várias disciplinas ao mesmo tempo que, se levadas a sério, manteriam os alunos escravizados. Contudo, se não se faz os TPC, muitos professores exercem represálias e prejudicam os alunos. É uma verdadeira guerra. Na minha prática docente percebi que há uma relação inversamente proporcional entre a competência dos professores e a prescrição de TPC. Mais ou menos assim “eu não te consigo ensinar na escola, então vai aprender para casa”.  Sei perfeitamente que o tema TPC é uma discussão em aberto. Os seus defensores dizem que consolidam aprendizagens. Mas isso não justifica o seu uso e abuso até porque a escola tem de ter momentos de aprendizagem E momentos de consolidação da mesma. E este é um tema polémico que sempre dividiu opiniões entre os pedagogos. Sou pela consolidação natural das aprendizagens na vida da criança. Acredito que os TPC possam ser importantes para alguns alunos, eventualmente, nalguns casos. Por exemplo, em casos particulares de dificuldades específicas de aprendizagem. Mas não sempre, não para todos e nunca como regra universal e sagrada. Sou pelo fim dos TPC. Até visto um colete amarelo por isso, embora prefira o verde. Comigo, a miúda vai sempre atrás e não faz TPC. Eu amo-a.  POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

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