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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGAS DE BELADONA (24)

Dezembro 21, 2016

Tarcísio Pacheco

 

 

trump.jpg

 imagem em: http://www.caricatures.ie/tag/donald-trump-caricature/

 

 

 

BAGAS DE BELADONA (24)

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA TRUMPALHADA – No passado dia 8 de Novembro, com a eleição de Donald Trump nos EUA, o mundo deu um passo de gigante rumo ao abismo. Como se tivéssemos pouco com que nos preocuparmos. Como se não bastasse a violência por todo o lado, o Califado Islâmico, o aquecimento global e as alterações climáticas extremas, a imparável destruição da Amazónia e de outras manchas florestais importantes, a tragicómica Coreia do Norte nuclear, Putin e o seu anacrónico imperialismo alimentado a petróleo e gás natural, a China a alastrar pelo mundo com o seu sui generis e tóxico “comuno-capitalismo”, uma Comunidade Europeia em retrocesso, perdida em toda a sorte de contradições e confusões, a tirania dos mercados, dos grandes bancos e financeiras, o capitalismo selvagem a galope por todo o lado, montado no neoliberalismo económico, políticos populistas, retrógrados, conservadores e agressivos a nascer profusamente como cogumelos venenosos num pântano. Em cima disto tudo, ainda o mundo tinha que levar com um Trump. A questão não é se Hillary Clinton era melhor ou pior. Poucos políticos, sobretudo os “profissionais”, são de grande serventia ao mundo. Mas é que Trump, simplesmente, representa muito do pior que há na raça humana e a sua eleição representa um desastre para a Humanidade. Pelo menos, com a Clinton, o desastre continuava, certo e seguro mas mais devagarinho, em slow motion e com o melhor do génio americano a divertir-nos, no entretanto, na música, no cinema e na exploração do Cosmos.

Segui a campanha eleitoral nos EUA com alguma assiduidade. Jamais o fizera antes. Mas fascinava-me, no pior sentido possível, a figura de bufão histriónico de Trump. Pensando, até que ponto é capaz de chegar a ignorância do americano médio... A resposta viria no dia 8 de novembro e é, infelizmente, “não têm limites”. Se a resposta do “povo” fosse tomar consciência da realidade e revoltar-se contra o sistema, de alguma forma, teriam ganho o meu respeito. Quero lá saber da Clinton…Mas o americano médio sabe lá o que é “o sistema”… Votaram em Trump tão maciçamente quanto se pode dizer isso no contexto do esquisito sistema eleitoral americano. Como se ele fosse um génio, um iluminado, um guru, um “herói do povo”, um Robin das Torres, a combater a tirania e a opressão.

Apenas posso avaliar Trump pela imagem que ele próprio transmitiu ao mundo. Das suas diversas intervenções públicas a que assisti, concluí que ele é uma criatura obtusa, grosseira, ignorante, inculta, rude, misógina, racista, intolerante, populista, demagoga e preconceituosa. Um empreiteiro esperto, que já nasceu rico, com algum jeito para negócios, o que, do meu ponto de vista, não é nem pouco mais ou menos, um sinal de grande inteligência, muito menos se considerado de forma isolada. Trata-se, sobretudo, de esperteza. São coisas diferentes.

Entre as muitas coisas que me arrepiaram em Trump, fiquei estarrecido com o seu posicionamento perante as questões do ambiente, poluição e aquecimento global. Trump troçou de tudo isto. Noventa e sete por cento dos cientistas deste mundo concordam quanto ao aquecimento global do planeta e às suas medonhas consequências. Os outros 3% estão a soldo do sistema. Mas Trump, agora o líder do maior poluidor do mundo, goza com o assunto, como todos os outros ignorantes. Trump é quem sabe. Ele sabe tudo. Ora, se misturarmos num caldeirão a ignorância boçal de Trump, a dimensão,  densidade populacional e  riqueza material dos EUA, os interesses privados de Trump, amigalhaços e apoiantes, o actual domínio republicano das estruturas de decisão, a passadeira vermelha estendida para os piores lobbies americanos, como o dos combustíveis fósseis, a confessada intenção de Trump de “make America big again” nomeadamente através da aceleração industrial, umas pitadas de Ku-Klux-Klan e evangélicos fanáticos e uns fios da horrorosa trunfa de Trump, ficamos com quê? Com uma fétida, instável e explosiva mistura. Quero emigrar para Marte, se puder levar os meus filhos. Nem que seja numa nave americana.

Não terá Trump alguma coisa de bom? Claro que tem, toda a gente tem. Tem a filha, a Ivana. Não por ser gira, loiras daquelas há às paletes por essa América abaixo. Mas dizem que é inteligente. De onde terá herdado a inteligência? Mistérios da genética humana… POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

 

 

BAGAS DE BELADONA (23)

Dezembro 15, 2016

Tarcísio Pacheco

galaró.jpg

 imagem em: http://musculacaocompartilhada.blogspot.pt/2011_08_01_archive.html

 

BAGAS DE BELADONA (23)

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA MUSCULAÇÃO – Apareceu-me no Facebook um dia destes, uma fotografia de uns badamecos que dizem que estudam na Faculdade de Medicina de Lisboa, de tronco nu, a mostrar o investimento nos peitorais. Infelizmente, não conseguimos controlar a qualidade do que nos aparece pela frente no Facebook e assim vamos apanhando com estas coisas, de gosto duvidoso. Pode ser de tudo, desde discursos de apoio ao Trump que, afinal, até gosta de hispânicos, desde que tenros e bem passados ou recados mais ou menos lacrimejantes para o estupor do ex que vão do “só devemos gostar de quem gosta de nós” até ao mal disfarçado “volta, que eu perdoo-te tudo”. E, às vezes, até nos aparecem homens seminus, credo, cruzes, canhoto. Ora, eu frequento o ginásio do hotel Caracol há quase 9 anos, agora designado por Dreamfit. Por isso, creio ter conhecimento de causa sobre estes temas. Ginástica e gente seminua.

Meus caros, quer tenham dado por isso ou não, a Humanidade evoluiu qualquer coisinha, embora aconteçam graves retrocessos, como no passado dia 8 de Novembro, nos EUA. O paradigma, agora, é outro. Dantes, os machos c’mé dado andavam pelas salas de musculação, todos inchados de testosterona, sempre com um ar beligerante e meio zangado. Era o saudoso tempo em que predominavam os seguranças da night e outros homens a sério. Os outros, os poucos que faziam aulinhas de Fitness, com as garotas, Zumbas e afins, eram olhados com a devida desconfiança. Ali andava coisa, talvez uma mãe que os vestia de menina na infância, às escondidas do pai ou uma atração fatal e reprimida por aulas de ballet.

Mas agora, as coisas mudaram. Agora, o elevado índice de casos suspeitos nas salas de musculação é bastante óbvio e muito palpável, um termo que, eles, aliás, apreciam muito: “Carlinhos, como os teus bíceps estão lindos, deixa ver… Tão duros, que fixe, olha aqui, vê lá tu como os meus abdominais cruzados cresceram, toca devagarinho, para sentires bem…”. Basta espreitarmos para qualquer sala de musculação. Já nem cheira a suor, como antigamente e como convinha; eles agora levam desodorizante para o ginásio e aplicam ANTES da aula. Muito suspeito. Sempre a mirarem-se uns aos outros e a avaliar o crescimento muscular alheio. Autêntico ambiente Village People, perfeitamente abichanado. Nuvens cor-de-rosa permanentes e um eterno arco-íris. Eles preferem estar entre homens, a fazer coisas de homem. Mas gostam de mulheres, claro. Quer dizer, pelo menos dizem que gostam. Pode ser para disfarçar.

Agora, os machos a sério estão lá nas aulas de Fitness, onde um homem que se preza deve estar, no meio das gajas, a partilhar cenas artísticas, historinhas ternas e piadas inteligentes, a mostrar o seu lado emocional e sensível.

Meus amigos das salas de musculação, vocês tomam aquelas porcarias em pó como quem come MM’s e não se dão ao trabalho de ler as letrinhas nos rótulos em tamanho 0,5. Está lá escrito, é obrigatório por lei: “Isto mexe com as suas hormonas, depois não diga que não avisámos…Tome por sua conta e risco.” E vocês tomam e depois queixam-se. Pelo menos queixam-se em voz fininha e gentil. Claramente, vocês estão diferentes. Cuidado.

BAGA PREDADORES TAKE 2Quando escrevi a minha Baga 22, sobre o livro Os Predadores, de Vítor Matos, tinha lido apenas partes do livro, que é muito denso e factual. Evidentemente, depois, li-o na totalidade. Não é nada que não soubesse ou intuísse antes. Mas não conhecia os detalhes. Confesso o meu nojo, asco, repulsa, vómito…Os partidos políticos são considerados no sistema actual, os pilares da democracia, a pedra basilar, sine qua non. E, em Portugal, desde o 25 de Abril que o PSD e o PS são os donos do sistema. E não há democracia alguma na sua organização interna, a pirâmide do poder, de onde saem, posteriormente, os nossos governantes, as pessoas que tomam as decisões que condicionam as nossas vidas, nalguns casos, de forma definitiva ou determinante. Aquilo é o puro reino da trafulhice, da manipulação, da mentira e da farsa. Onde não há inocentes, EM CASO ALGUM. Ali, a escolha é entre ser culpado ou cúmplice. Claro que os partidos pequenos são diferentes. Como têm poucos cargos e benesses para distribuir, atraem poucas pessoas. Por isso, é lá que podemos encontrar os bem-intencionados, os éticos, os idealistas, os utópicos e, claro, também os loucos, os fanáticos, os populistas. Mas, se um pequeno partido crescer e começar a ter acesso a dinheiro e cargos, a ter influência na sociedade, a breve trecho ficará igual aos outros, porque começará a atrair os toxicodependentes viciados em dinheiro, poder, ambição, prestígio social, competição, visibilidade pública e manipulação. Em suma, como eu sempre disse e jamais deixarei de afirmar alto e bom som, o pior que existe na sociedade humana, as suas criaturas menos evoluídas e mais primitivas, as bestas entre nós. POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

 

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