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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

BAGAS DE BELADONA (4)

Novembro 24, 2015

Tarcísio Pacheco

 

locke.jpg

 

imagem em http://papodehomem.com.br/locke-um-homem-se-quebra/

 

BAGAS DE BELADONA (4)

 

HELIODORO TARCÍSIO

 

BAGA LOCKE -  Noite de domingo. Tédio, azia e sem Internet, por avaria no modem da MEO. Uma combinação infeliz. Isto pode vir a dar um texto chato. Mas o Joel Neto escreve sobre o quintal dele e as conversas com os vizinhos. Não há-de ser pior. Tendo acabado de ler um excelente livro de Ken Follett, não me apetecia pegar no seguinte, uma trama político-partidária e autárquica, com tiques de policial e personagens de pura ficção, que dizem “horrendo” em vez de “horrível”, de uma jovem autora portuguesa. Gira, por sinal, o que quase me sensibilizou. Em desespero de causa, voltei-me para o Vídeo Clube da MEO, uma prática rara em mim. Fui direitinho ao género “thriller”, o meu favorito. Depois da indecisão do costume, detive-me no filme “Locke”. Estava às escuras mas era um filme inglês, com uma data de prémios. O personagem principal e por acaso único, é Ivan Locke, um engenheiro especializado em betão. O betão tem um papel fundamental neste filme. Suponho que lhe concede solidez estrutural. Ivan não é mau tipo. Tem uma esposa em casa e dois miúdos, que o aguardavam para assistirem, todos juntos, a um jogo de futebol. O filme podia até ter uma costela portuguesa, se eles torcessem pela equipa de José Mourinho. Mas não creio porque a equipa deles ganhou. O problema é que Ivan pôs o pé na argola. Numa curta deslocação profissional, bebeu uns copos com uma assistente temporária, para festejar um enchimento de betão bem-sucedido. Lá está o betão, de novo, decisivo. A senhora era solteirona, deslavada e pouco jovem. Foi o único deslize de Ivan em 15 anos de casamento (isto é sublinhado no filme). Ele não sente nada pela senhora mas é um tipo com ética. E ela acaba de lhe comunicar que está na maternidade, 2 meses antes do previsto, para ter um bebé. O bebé dele, claro. O próprio Ivan foi um bebé rejeitado, que odeia o pai biológico por isso. Então, resolve tratar do assunto como deve ser. À noite, depois do trabalho, a bordo do seu jipe BMW, no percurso para a maternidade e na véspera da maior operação de enchimento de betão na Europa (excetuando instalações nucleares militares – isto é muito sublinhado no filme) de que Ivan é o responsável. Até aqui tudo bem. A questão é que Ivan tem de resolver a vidinha dele de bordo do seu BMW (com telefone mãos livres de origem, claro) enquanto conduz pelas húmidas auto-estradas londrinas, rumo à maternidade e vai fazendo e recebendo chamadas. O problema é que é essa parte da vida de Ivan que é partilhada com a gente. Não me interpretem mal. O filme até é porreiro, pá. Apercebemo-nos que estamos perante um bom filme quando ficamos  01h21 a ver e ouvir um tipo a falar ao telefone a bordo de um carro, de noite e não desistimos…O filme até é recheado de eventos. Ivan planeia a maior operação de betonagem da Europa, é despedido, recebe guia de marcha da esposa e torna-se pai pela 3.ª vez. Tudo ao telefone, claro. Mas há uns detalhes nesta história. Levantei-me duas vezes, para ir ao toilete e para ir buscar comida. Não usei a função “pausa”. Pensei, deixa-o rodar, eu sei para onde é que o Ivan vai…Mas acabei por perder 2 ou 3 telefonemas e nunca saberei a verdadeira importância disso. O que sei é que da 2.ª vez fui buscar bolachinhas e um copo de Lacasitos (creme de chocolate, avelãs e mini mm’s) que era da minha filha, Júlia. A situação era radical e exigia atitudes drásticas. Não vou contar o final do filme. No final, Ivan continua a conduzir, por isso, pode, perfeitamente, haver um Locke 2. Mas não resisto a revelar que o final é feliz. O bebé nasce bem e berra a plenos pulmões. Ao telefone, claro. Isto deixa um homem feliz. Por vários motivos. POPEYE9700@YAHOO.COM

PS: Júlia, acabei com os teus Lacasitos. Desculpa, filha. Amanhã vou às compras. E à MEO.

BAGAS DE BELADONA (3)

Novembro 05, 2015

Tarcísio Pacheco

beladona 1.jpg

 imagem em: http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-nightshade-mortal-beladona-da-atropa-bagas-e-flores-image48034954

 

 

BAGAS DE BELADONA (3)

 

HELIODORO  TARCÍSIO

 

BAGA “ESTUPIDEZ” – Há dois escrevinhadores habituais do DI, gente da PAF, que me deixam em pé os poucos cabelos que ainda me restam. Os seus artigos são do mais básico que se possa imaginar, recomendáveis para induzir o vómito, cheios de imprecisões, mentiras, meias verdades e repetindo até à náusea, os mantras hipócritas inventados por Passos e Portas. Não vou citar nomes porque já percebi que as pessoas não gostam que se nomeie as pessoas pelos seus nomes, vá-se lá entender porquê. A última vez que fiz isso, fui ameaçado com porrada, em plena rua da Sé, ainda por cima por alguém que frequenta a igreja da Sé. Estas criaturas escrevem como se toda a gente fosse muito estúpida. Escrevem sentados ao espelho. E, muito provavelmente é só nisso que têm razão. Um dos seus mantras preferidos, entre muitos, sendo os mais conhecidos e famosos o “não há alternativa” e o “vivemos acima das nossas possibilidades”, é que Sócrates é o culpado pela entrada da troika em Portugal. Ora, eu nunca gostei de Sócrates, independentemente de ser ou não culpado das acusações que sobre ele pendem. Como primeiro-ministro fez coisas muito boas e outras péssimas. Mas não foi ele o responsável pela entrada da troika. A causa direta da entrada da troika em Portugal foi o chumbo do PEC IV no Parlamento. E isso foi obra de Passos Coelho, com o apoio de Paulo Portas e a habitual e estimada desunião da esquerda. Em 2011, PSD e PP protagonizaram um verdadeiro assalto ao poder, sem qualquer preocupação pelas consequências. A porta do talho ficou aberta, os cães atiraram-se à carne. Nasceram para isso, afinal, é uma questão de instinto. A verdade será contada quando se escrever a história institucional e política deste período. A História não costuma mentir embora possa ser parcial, tendenciosa e veicular perspetivas. É por isso que sou contra historiadores com rótulo, trabalhadores com rótulo, etc. Enfim, sou contra rótulos.

BAGA “DIAGNÓSTICOS” – O Armando Mendes diz que é preciso fazer o diagnóstico correto acerca do aeroporto das Lajes e das suas utilizações. Não é para me gabar mas sou bastante bom em diagnósticos. Ainda recentemente vi passar um tipo pela rua abaixo, de muletas e pé engessado. Perna partida, diagnostiquei eu de imediato. E pimba, tinha razão. Eu sei que me vão retorquir com questões elevadas e nobilíssimas como soberania, estratégia, diplomacia e relevância da instituição castrense. Mas, para mim, o que restou da nossa soberania, quando a oferecemos à Alemanha e seus banqueiros, tem estado a ser vendida aos Chineses. Por isso, permitam-me que me ria. Estratégia e diplomacia, nos últimos 4 anos foram coutada de um Rui Machete. Rio-me ainda mais. A democracia diz que o poder é do povo. Infelizmente, o povo ainda não percebeu isso, nem sequer em 40 anos. O que acontece na ilha Terceira devia ser, sobretudo, a vontade dos Terceirenses. Se eles souberem qual é a sua vontade, claro e tomarem consciência do seu poder. Agora, pergunto eu: que interesse tem para a Terceira a existência de uma grande base aérea militar?  Para que a queremos? Os Norte-Americanos devem ir embora de vez, já que a base agora de pouco lhes serve e mesmo quando lhes era útil já não queriam pagar nada por ela. O aeroporto é militar desde sempre? O que é isso, alguma espécie de “pecado original”? E a Força Aérea Portuguesa, que pertence a um pequeno país, cada vez mais pobre, menos importante e com menos cidadãos, quando muito, deve ocupar apenas um pequeno espaço e usufruir de algumas facilidades, com especial ênfase nos serviços de busca e salvamento, a única valência da FAP que realmente nos interessa. Para que não restem dúvidas, defendo a conversão das Lajes num aeroporto civil com uma pequena área militar. O resto é conversa. Bullshit, como diriam os americanos.

BAGA “FOI ELE!” – Se fosse eu ao António Bulcão, tratava de averiguar por onde andava Carlos César na noite em que a pequena Maddie desapareceu da praia da Luz, no Algarve. Será que tem álibi? Mesmo que tenha sido visto em Ponta Delgada nessa noite, isso não garante nada. Podia ser um sósia ou uma projecção holográfica.POPEYE9700@YAHOO.COM

 

 

 

 

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