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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

CRÓNICA DISTO E DAQUILO E ETECETRA E TAL

Janeiro 23, 2011

Tarcísio Pacheco

 

 

imagem: http://www.fotogabriel.com.pt/includes/produto.php?codp=47

 

 

 

Estou de volta. Lamento mas é a pura verdade. Para consolo de alguns e desprazer de outros. Paciência, nem Jesus Cristo agradou a todos e eu sou apenas um pobre mas feliz pecador. Antes a dentada de um cão rafeiro que a indiferença de um gato persa. Hoje, vim ver se meto uma pincelada de cor, desvairada e inconsequente, neste cinzento e invernoso panorama local. Afinal, regresso de uma temporada nos trópicos, de onde trouxe uma perna direita nova, livre de um inútil metro de safena mais dilatada que um pipeline de petróleo e de um quilograma (literal) de veias varicosas. A perna esquerda está igualmente queixosa mas ainda não chegou a vez dela.

Aqui pela terrinha, tudo como dantes, tirando os novíssimos bancos metálicos da Rua do Desespero, comprados num saldo de sobras da guerra no Afeganistão. Aquela rua já era uma anedota mas agora ganhou estatuto bastante para entrar nos Malucos do Riso. Pobre Teatro Angrense, merecias muito melhor…

De resto, a habitual esterqueira da baixa política local, os comentários sobre a crise, os conselhos para poupar, desde voltar a plantar couves no quintal até retirar os velhos dos lares, para aproveitar a pensão deles. E ainda, essa pungente questão da Humanidade, introduzir ou não modificações na Praça Velha, discutida nos telejornais de todo o mundo, a par do desemprego norte-americano, da crise nos mercados financeiros e da teimosia piramidal de Mubarak. Mas não vou meter-me nessa história. Gente muito mais fina, importante e inteligente já botou faladura sobre o assunto.

Por falar em Praça Velha, passei pela dita como sempre, no regresso ao trabalho, na segunda-feira de manhã. Fiquei preocupado com o que vi. Ou melhor, com o que não vi. Não estava lá o Joe Karaté, sentado no seu banquinho. Pensei para com o meu ziper, “tralalá” lhe acontecido alguma coisa, no meio de tanta desgraça... Sei lá, doença súbita, rapto por OVNI, desaparecimento simples, até podia ser que algum “amigo” do Facebook, mais velho, o tivesse levado a passear a Nova Iorque… Mas na hora de almoço, suspirei de alívio. Tudo normal, tudo como dantes. Discutia-se animadamente a jornada futebolística do fim de semana fora do Café Aliança e num banquinho da Praça Velha, lá estava o bom, o velho, o fiel Joe Karaté, sentadinho, mais agasalhado do que o vira em Outubro, antes de me ausentar, de cabeça enfiada nas mãos, como sempre, em viagem pelo planeta que é só dele e onde talvez seja feliz.

Confesso que passei o dia num estado de euforia. Cumprimentei toda a gente, desejei um Feliz Ano Novo e falei pelos cotovelos. Apesar de amar o Brasil e de lá ter deixado a minha esposa e na barriga dela, a nossa bebé, Julinha, sentia-me feliz por estar de volta à paz e sossego da santa terrinha, depois de três meses numa cidade que podia ser maravilhosa, S. Salvador da Bahia mas que está entulhada de lixo, entupida de plásticos, invadida por hordas de mendigos,  infestada de criminosos e  “prefeitamente” lixada por um prefeito incompetente e pateticamente agarrado ao poder, à imagem de tantos dos nossos políticos, admiradores de Hugo Chavez.

O clímax do meu dia foi quando passei na rua da Sé e quedei-me a observar um vídeo das marradas de 2010. Na Fonte de S. Sebastião, dois catitas levavam impiedosas cornadas no rabo, entalados na entrada de uma tasca. A cena era hilariante,  embora corriqueira. Mas eis que o bicho segue adiante e se vêem os rostos das pobres vítimas. Uma delas era o Dr. Adolfo Lima, antigo secretário regional da Agricultura e Pescas, o tal que era contra a proibição da caça a baleias e golfinhos. Confesso que vibrei. Vou ver de novo, várias vezes. Vou comprar. Vou divulgar pelo mundo. Para mim, que acredito na reincarnação, naquele toiro está a alma de um antigo golfinho que agora voltou, equipado com chifres,  para dar o devido castigo à criatura e trazer alguma justiça ao mundo. Bendito animal, bicho valente e sábio, meu rico cornudo, que possas viver por muitos anos ainda, feliz, cobrindo vacas boas todos os dias nessas pastagens do mato, com muita erva verdinha e água fresca de sobra.

Ai, eu queria tanto ser capaz de escrever sobre questões sérias, política, economia, coisas assim. Mas não é a minha sina nem a minha arte. Para compensar, vou contradizer-me ligeiramente e afinal vou referir-me ao problema da Praça Velha, que é uma coisa muito, muito séria. Meus caros, seja lá o que for que resolvam fazer na Praça Velha, perguntem primeiro! Não façam burrices, como no caso das marinas, onde não perguntaram nada aos pescadores e marinheiros locais. Se querem mudar os bancos da Praça Velha, perguntem a quem os usa. Falem com o Joe karaté. POPEYE9700@YAHOO.COM

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