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popeye9700

Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

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Crónicas e artigos de opinião, a maior parte publicada no Diário Insular, de Angra do Heroísmo.

FOLHETIM DO ARCO TÔSCO DE ALMEDINA (4)

Agosto 28, 2013

Tarcísio Pacheco

 

IMAGEM: http://tshirtslowcost.com/loja/rpa-tslc-eh-touro-lindo#.Uh3StNL0EQg

 

 

Síntese do anterior: este é o quarto de uma série de artigos relativos ao blog http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/277567.html, de Isabel A. Ferreira (isabelferreira@net.sapo.pt), onde os Terceirenses são bastamente insultados. Os outros artigos foram publicados a 21, 22  e 27de Agosto. Podem também ser vistos no meu blog  http://popeye9700.blogs.sapo.pt/.

No seu perfil, a criatura informa-nos que suspendeu a sua carreira para se dedicar a tempo inteiro ao movimento anti-taurino. Como sou uma pessoa solidária, fiquei seriamente preocupado. Porque ou o movimento anti-taurino dá dinheiro ( e nesse caso, de onde vem ele?) ou ela está a viver de economias. Ou então já é velhota e reformada, até porque no facebook dela (Isabel A. Ferreira) só tem uma foto de rosto,  nitidamente  bem antiga. O problema é que a criatura acredita piamente que as touradas estão agonizantes em Portugal. Faz sentido que ela  entenda parar só quando as touradas forem proibidas no nosso país. Ora, eu até posso acreditar que as touradas de praça vão acabar um dia. A começar pelas espanholas, muito mais sangrentas, tanto para o lado do bicho como do homem. Ou então, pelo menos, transformarem-se naquele espetáculo inócuo de faz-de-conta como acontece nos EUA. Mas acredito que não seja no tempo dela nem no tempo dos meus filhos. Na minha perspetiva, as touradas de praça envolvem beleza, cor, arte, emoção e coragem. Mas, o meu lado racional e compassivo também acredita que, infelizmente,  se baseiam na exploração da inocência bruta do toiro e do seu sofrimento, mesmo que não seja ao ponto que a manipuladora criatura pretende fazer crer. A grande falha da criatura não é essa. Entre várias outras deficiências graves, é o facto dela achar que isso vai acontecer isoladamente e não vai. Isto é uma questão civilizacional. As touradas poderão acabar num âmbito muito alargado de mudança de paradigma, de evolução de mentalidades, de transformação da Humanidade, se chegar a ter tempo para isso antes de dar cabo do planeta. As pessoas que vão constituir a maioria de Portugueses que desejará abolir as touradas serão as mesmas que, por essa altura, terão deixado de comer animais, que serão todas vegetarianas, que terão deixado de maltratar animais e de os abandonar, que terão deixado de exercer violência doméstica, que serão todos educados e cultos (se bem que haja muita gente educada e culta que gosta de touradas, como é evidente), que saberão alimentar-se de forma saudável e sustentável, que terão deixado de consumir alimentos industrializados e tóxicos, que terão percebido finalmente a mistificação que é a Igreja Católica e muitas outras religiões, que terão deixado de votar em partidos políticos e de eleger políticos incompetentes e corruptos, que terão finalmente entendido que há um sistema mundial, com delegações nacionais, cujo objetivo maior é escravizar a maioria da população do planeta em benefício de uma pequena elite, que terão deixado de consumir drogas, incluindo álcool, tabaco e cafeína, que terão adotado estilos de vida saudáveis, que serão ecologistas e respeitadores da Natureza, que terão eliminado das suas vidas todos os comportamentos poluidores, que serão muito menos egoístas e individualistas e pensarão mais no bem comum, que deixarão de passar grande parte dos seus tempos livres estupidamente metidos em shoppings, que terão desenvolvido hábitos de leitura regular de qualidade ( terão deixado de ler revistas cor de rosa), que terão deixado de consumir música pimba, que terão deixado de endeusar gente do mundo do desporto, do cinema, da música, da TV e do show-business, que terão entendido e repudiado a alienação e manipulação mental da televisão,  que se terão juntado a muitos cidadãos de outros países para, todos juntos, combaterem as maiores e verdadeiras crueldades contra os animais, como o esfolamento em vida de cachorros na poderosa China (a nova parceira comercial de Portugal e de muitos outros), para lhes retirar a pele (talvez a cena mais horrível que me foi dado ver – em vídeo – nesta vida), a morte de focas bebés para comercialização da pele no “civilizado” Canadá, a morte absolutamente gratuita, desnecessária e cruel de uma enorme quantidade de cetáceos nas ilhas Faröe, da “civilizada” Dinamarca, como ritual anual de virilidade, a morte de uma enorme quantidade anual  de cetáceos por parte do “civilizado” e hipócrita Japão para fins de “pesquisa científica”, a criação de animais (cães, galos) em vários países asiáticos, para fins de combate, a curta vida e morte precoce de tantos animais para  pesquisas científicas em laboratórios por esse mundo fora e finalmente, a criação intensiva de animais em todo o mundo para abate , destinando-se à indústria da moda (cães, chinchilas, castores, etc) e à  alimentação humana (vacas, porcos, galinhas, etc), quase sempre envolvendo vidas brevíssimas, enorme sofrimento e ausência da mais elementar qualidade de vida.

Alguém pode acreditar que tudo isto acontecerá em poucos anos, ainda por cima em Portugal, que não é propriamente um país inovador? É claro que não e é isto que a criatura não entende de modo nenhum. Ela não consegue perceber que isto está tudo relacionado . É por isso que se engana redondamente quando diz que “as touradas estão com o pé para a cova”. Acredito mesmo que, depois que estiver ela própria com os pés na cova, ainda se correrão toiros em Portugal por muitos anos. É por isso mesmo que me preocupo. E se o movimento anti-taurino não der dinheiro e se acabarem as economias da criatura? Vai viver de quê? Será que ainda a veremos a vender couratos e bifanas à porta do Campo Pequeno em dia de tourada rija? (continua) POPEYE9700@YAHOO.COM

 

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